O Olhar de um "Não Índio"

Hoje ingressei na Unidade de Educação Indígena da Secretaria de Educação de PE, na verdade a unidade é das Etnias indígenas de PE que se localiza na SEDUC, acredito que seja esta a forma mais correta de redigir. Como primeira experiência presenciei um conselho de 'Alterações de Propostas - para cargo de professor indígena.
Trabalhei por 7 anos na área de arqueologia, e isto não me dá gabarito de forma alguma; compreender a dimensão da dinâmica real dos Povos Indígenas de PE requer praticamente recomeçar minhas leituras com um outro olhar.
Nesta minha primeira experiência tive a oportunidade de assistir uma "aula show" sobre direitos indígenas defendidos com intensa sabedoria.  Por muitas vezes passou pela minha mente, em meus trabalhos de campo, que, o que realmente importava para a arqueologia era o "Índio Vestígio", na verdade para qualquer instituição não indígena ter este olhar e comportamento é uma forma mais fácil do que encarar a realidade. Não tiro aqui com estas palavras, o peso e a importância do resgate da história indígena pelos cientistas, principalmente os da área da arqueologia. Mas e aí, vai um questionamento - você, arqueólogo pré-histórico Rs..., será que sabe alguma coisa sobre as etnias que estão vivas??????????????? Sei que alguns sabem, até porque os conheço, mas são poucos. É... eu sei fazer uma quadrícula 1 x 1 m, Rs...
Temos muito o que absorver, estou falando isto para os "não índios", você conhece os seus direitos? Já verificou a constituição ?
Eles sabem MUITOOOOO!!!!!!
Eu sei muito POUCO!!!
De fato, "O Que é História?"
Resgatar ou viver?
Provavelmente são os 2, mas no geral as pessoas escolhem apenas uma opção.

Fica aqui a minha admiração e respeito as Etnias Indígenas do Estado de PE.

Reunião sobre "Os Diários de Classe" das Etnias Indígenas de PE
Começo aqui com uma explicação que define tudo o que desejo expor - conversando com a pessoa responsável pela normatização das cadernetas de classe, tomo conhecimento que nunca ocorreu uma reunião com os professores 'não índios' para definir alguns pontos  importantes do diário de classe. Resumindo, a nossa é simplesmente imposta sem direito de contestação.
Uma das discussões que me chamou atenção foi com relação as disciplinas da caderneta, as etnias canalizaram energia para debater sobre uma matéria específica "Arte Indígena", percebe-se a partir daí o peso das manifestações artísticas, que não é uma simples arte por arte, mas arte que é reflexo da (história, geografia, filosofia, rituais religiosos, entre outros pontos de extrema importância para cada povo). Todas as etnias entraram em consenso que, "Arte Indígena tem que ser avaliada de forma diferenciada".
Também lançaram o desejo de mudar o símbolo, no lugar do símbolo do Estado, haver o símbolo das etnias. Segundo normas estatais, não há prossibilidade de retirar o símbolo do Estado, mas ficou implícito que com certeza muitos ou todos irão colar seus símbolos, afinal o simbolismo é importante em todas as culturas.

 Fontes:

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