COMUNIDADE ORKUT: História Custódio Pessoa


A História é o estudo da ação humana ao longo do tempo através concomitantemente do estudo dos processos e dos eventos ocorridos no passado. Por metonímia, o conjunto destes processos e eventos. A palavra história tem sua origem nas «investigações» de Heródoto, cujo termo em grego antigo é Ἱστορίαι (História). Todavia, será Tucídides o primeiro a aplicar métodos críticos, como o cruzamento de dados e fontes diferentes

COMUNICADO:

Gostaria de informar aos alunos do Custódio Pessoa que nossa escola tem uma 'BIBLIOTECA'!!!!!!!!!!!!!!!!

Ps.: Aproveitem o acervo disponível!!!!!

EM BREVE:

BIBLIOTECA VIRTUAL CUSTÓDIO PESSOA


PROJETO: Nem Tudo que Está na 'REDE' é Peixe: Aprendendo a Pesquisar Através da Biblioteca Virtual Custódio Pessoa.


"Um professor vale por cem guerrilheiros"

(Mao Tsé-Tung)

6 comentários:

Wodson Barreto™ disse...

lu ta ai o começo de nossa pequisa sobre o homosexualismo ok...
com o tempo te mando mais algumas coisas.

O homossexualismo surgiu naturalmente a partir da função sexual nos animais, desde os primórdios. Isto é uma questão de paradígma. Nossa crença é a de o sexo existe apenas para reproduzir, o que não é verdade. A intimidade entre dois seres tem a função de reprodução e de união, de estabilidade, de pacificação, portanto é natural existir entre sexos iguais. É por esta razão que, antes da moral religiosa, era perfeitamente normal a relação entre pessoas do mesmo sexo (grécia, roma, esparta, japão, índia, etc.) As pessoas nascem, geneticamente com mais ou menos orientação hormonal para a homossexualidade ou heterossexualidade. A nossa cultura altamente repressora é que coloca esta camisa de força que padroniza a forma de manifestação sexual como assim ou assado. Mas pode ser diferente, é uma questão de paradigma.

http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20061003121738AAC81e5

Wodson Barreto™ disse...

lu meu vlog tá?

http://wodsonlisboa.blogspot.com/

da uma olhada lá....

Wodson Barreto™ disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Wodson Barreto™ disse...

Em Roma....

Entre os romanos a homossexualidade não era reprovada, mas tinha algumas regras. Por exemplo, era inaceitável que um senhor fosse passivo com seu escravo. A felação era um crime aos olhos dos cidadãos romanos. Tirando as regras que sempre existem em qualquer cultura, a homossexualidade era muito presente em Roma e praticada por todos inclusive pelos Césares. Quem gostava, praticava e quem não
gostava não praticava. Ninguém dava palpite na vida do outro. Isso também acontecia na Grécia antiga. Lá, os homens conviviam e disputavam a supremacia com homens, onde "o ideal de excelência era masculino". Este pensamento pode explicar a homossexualidade grega.

Durante a Alta Idade Média, a homossexualidade era tolerada por parte da própria Igreja e somente a partir do século XII é que a condenação da homossexualidade como algo contra a natureza humana começa a se fortalecer. No final do século XVIII, o homossexual se torna um monstro, um anormal. Era considerado uma ofensa à criação, uma figura diabólica. A igreja vivia insistindo nisso. Esse é também o primeiro período em que se dá uma homossexualidade autônoma e isto ocorre sob o signo da feminilidade. Essa anomalia fazia do homossexual alguém
mais exposto ao pecado e mais capaz de seduzir. Era alguém com capacidade para se aproximar dos demais e arrasta-los para o pecado.

Muitos países tinham pena de morte para a homossexualidade. Na França, quando a primeira parte do livro Em busca do tempo perdido de Marcel Proust é lançado, em 1910, houve uma reação social favorável. Proust escreve sobre a questão da homossexualidade, ou seja, essa condição era um destino do qual os homossexuais não podiam escapar.
O fato de não serem perversos, mas vítima de uma condição, absolvia-os da responsabilidade moral. Era uma perspectiva triste, mas oferecia alguma proteção contra os todos os puristas.

wodsonlisboa.blogspot.com

Wodson Barreto™ disse...

6. Etno-história da homossexualidade na América Latina(1)

"A homossexualidade deve ser um desafio e não um tabu para a Ciência, dizia já em 1957 G.A. Silver(2) e não obstante tal sugestão, injustificado complô do silêncio continua a barrar da Academia os estudos sobre "o amor que não ousa dizer o nome" (Oscar Wilde). Já em 1927, B.Malinowski, um dos pais da Antropologia moderna, chamava a atenção para a importância de estudar temas da sexualidade humana tirando "a folha de parreira que cobre o sexo"(3) . Não obstante, neste final do segundo milênio de nossa civilização, o estudo do amor e erotismo entre pessoas do mesmo gênero ou continua proibido, ou é considerado tema marginal e de menor importância no meio univercitário. Se ponderarmos que os gays(4) e lésbicas representam por volta de 10% da população dos países ocidentais(5) , concluiremos que somente o preconceito e discriminação poderiam explicar o desprezo pelo conhecimento de tão significativo contigente demográfico. Em seu recente livro sobre as unões entre homoxessuais na Europa pré-moderna, J.Boswell adverte-nos quão ilógica e cruel tem sido a nossa cultura, notadamente após o século XIV, ao eleger a homossexualidade como o maior e mais horroroso de todos os tabus sexuais. O "pecado nefando", isto é, aquele cujo nome não pode ser mencionado - e muito menos praticado! - foi considerado pela moral judaico-cristã como mais grave do que os mais hediondos crimes anti-sociais, como por exemplo, o matricídio, a violência sexual contra crianças, o canibalismo, o genocídio e até deicídio - todos pecados-crimes mencionáveis, enquanto só o abominável pecado nefando de sodomia foi rotulado e tratado como nefandum(6) .
É pois com o objetivo de quebrar o silêncio e tabu que ainda cercam o amor entre pessoas do mesmo sexo em nosso continente, que faz-se importante resgatar a história e antropologia da homossexualidade na America Latina. Reunindo informações bibliográficas de difícil acesso, geralmente inexistentes nos compêdios tradicionais, minha intenção, além de esboçar um quadro geral de homoerotimo em diferentes áreas culturais desta parte do orbe, é estimular outros pesquisadores nativos a aprofundar as pista aqui apresentadas, não apenas visando o deleite
intelectual, diletante ou fetichista, mas tendo em vista o reconhecimento dos direitos de cidadania deste buliçoso segmento social cujos direitos humanos são negados e vilipendiados na maior parte dos países latino-americanos, inclusive dentro das próprias universidades. Para facilitar esta análise, dividimos este trabalho em três partes, a saber: a homossexualidade na América pré-Colombiana; a repressão aos sodomitas na América Latina Colonial e a situação dos gays e lésbicas latino-americanos hoje.
Portanto, antecipando algumas das conclusões desta pesquisa, valeria destacar que o estudo da etno-história do homoerotismo na América Latina reveste-se de particular interesse para diferentes ramos da Historiografia, notadamente para os estudos das mentalidades, do quotidiano e da sexualidade. Os dados aqui coligidos permitem avançar a discussão sobre a própria teoria da Homossexalidade(7), ratificando de um lado a universalidade temporal e especial das práticas homófilas, desmisficando assim a acusação vulgar de que teriam sido os europeus os introdutores do "vício filosófico" (Voltaire) no Novo Mundo. Outra questão sugerida pelos dados aqui apresentados remete-nos a um dos impasses teóricos mais candentes e ainda não resolvidos pelos estudiosos deste tema: até que ponto o conceito de homossexulidade pode ser usado com propriedade heurística para descrever e interpretar as relaç·es unissexuais do mundo extra-europeu? Deixarei ao leitor, no final deste trabalho, retirar suas próprias conclusões quanto a esta polêmica que coloca de um lado os essencialistas e do outro, os construtivistas sociais(8).


A homossexualidade na América pré- colombiana
"Ultra Oequinotialem no peccari." (Ditado Ibérico do Século XV)

Para se estudar as práticas homossexuais no Novo Mundo quando da chegada dos conquistadores europeus, dispomos basicamente de três fontes: Esculturas e Cerâmicas representando cenas homoeróticas;mitos conservados na memória oral dos nativos e registrados nos manuscritos tradicionais; relatos dos primeiros cronistas que entraram em contacto com os amerídios e finalmente, estátuas e gravuras alusivas ao homoerotismo(9).
Conforme relata Gonzalo Fernandez de Oviedo, em sua História General y Natural de las Indias, (1535) o gosto pelo vício nefando se espalhava não só por toda área circum-caribe, mas também ao longo da Tierra Firme, atual costa da Venezuela e Colômbia, "onde muitos índios e índias eram sodomitas." Observou escandalizado que "em algumas partes destas Indias, traziam como jóia a um homem por sobre o outro, naquele diabólico e nefando ato de Sodoma, feitos de ouro. Eu vi uma destas jóias do diabo que pesava vinte pesos de ouro, muito bem lavrado, que se tomou no Porto de Santa Marta na costa de Tierra Firme,no ano de 1514... Assim, quem taos jóias valoriza e compõe sua pessoa, certamente usará de tal maldade na terra onde trazem tais erros, ou se deve teer por coisa usada, ordinária e comum"(10).
Também Francisco Lopez de Gomara (1552) refere-se à presença de ídolos homossexuais entre os nativos mexicanos de Sant Anton: "Acharam entre umas árvores um idolozinho de ouro e muitos de barro, dois homens cavalgando um sobre o outro à moda de Sodoma"(11).
Por ocasião da descoberta da Península de Yucatan, encontraram os espanhóis outra comprovação escultórica de que os Maias prestavam culto ao amor unissexual: "Tenian muchos idolos de barro, unos como con caras de demonios y otros como de mujeres y otros de malas figuras, de manera que al parecer, estaban haciendo sodomias los unos indios com los otros"(12).
Também na América do Sul, na região dos Andes, foram encontradas provas arqueológicas confirmando a prática do homoerotismo antes da chegada dos europeus. Há notícia de que os espanhóis teriam igualmente encontrado e derretido no Peru estátuas em ouro representando cópula anal entre dois homens(13). Preservaram-se contudo até nossos dias diversas peças de cerâmica, reservatórios de água ou moringas, onde exímios artistas pré-incaicos esculpiram na argila, cenas explícitas de homoerotismo. Na célebre coleção de cerâmica erótica Mochica coletada pela Família Larco, com data anterior a 1.000 A.D., 3% das peças retratam realisticamente cenas de penetração per annum(14).
Além dos ídolos mexicanos e das cerâmicas peruanas, outra importante fonte pré-colombiana para se conhecer a prática da homossexualidade no Novo Mundo é a coleção dos célebres Códices Maias - como El Chilan Balam, El Popol Buj (Livro del Consejo) e as Profecias Maias - obras pictográfico-hieroglíficas que tratam da história mitológica e costumes desta civilização. Através destes manuscritos, notadamente do Códice Vaticano nº3738, constata-se que no panteão asteca, ocupava lugar proeminente a deusa Xochiquetzal, divindade hermafrodita, protetora do amor e da sexualidaade não procriativa, a qual, quando representada como homem, tornava-se o deus Xochipilli, padroeiro da sexualidade masculina, controlador das doenças sexualmente transmissíveis(15). Segundo estes Códices, os Maias dividiam a história mitológica do mundo em diferentes períodos, sedo a Quarta Idade, a que precede o período anterior à chegada dos Europeus, também chamada de Idade Negra ou Idade das Flores, tinha como patrona Xochiquetzal, símbolo do sexo e da sensualidade. "Esta es la edad em que los vícios, la molicie, el abandono de las costumbres austeras se instalan entre los hombres. Es la edad en que se olvidan las virtudes viriles de los guerreros y de los magistrados, se ensalza la vida blanda, facil y pervertida. Es la sublimación de la Danza de Las Flores, de las Grinaldas y del afeminamiento. Es el imperio de los mostradores del dorso, segun el Codice Chilan Balam(16).
São contudo os relatos dos primeiros cronistas contemporâneos às conquistas do Novo Mundo, a fonte principal comprobatória da existência, grande extensão e variedade das práticas homossexuais na América Latina.
Já Fernan Cortez, na sua primeira Carta de Relación, enviada ao Imperador Carlos V em 1519, dizia: "Soubemos e fomos informados com certeza que todos [os índios] de Vera Cruz sãon sodomitas e usam daquele abominavel pecado(17), acrescentando Lopez de Gomarra que os nativos do Rio Panuco e adjacências eram " grandissimos putos "(18), usando o mesmo termo corrente desde a Idade Média em toda Península Ibérica, injustamente associando os homossexuais às prostitutas.
Tarefa extremamente difícil é avaliar o grau de objetividade ou subjetividade destas informações, pois nalguns casos, parece que os cronistas tendiam a exagerar os hábitos pecaminosos dos selvagens, exatamente com o escopo de justificar a conquista, redução ou genocídio dos mesmos. Gomarra e outros cronistas associam a sodomia à impiedade:" como não conhecem o verdadeiro Deus e Senhor, estão em grandíssimos pecados de idolatria, sacrifícios de homens vivos, comida de carne humana, fala com o diabo , sodomias, etc(19).
Quanto aos astecas, nota-se clara contradição entre os primeiros observadores. Diaz del Castillo aponta-os como grandes amantes do homoerotismo, enquanto o franciscano Frei Bernardino de Sahagun exime-os desta abominação, ambos concordando, no entretanto, quanto à afeminação e travestismo como elementos estruturais da prática homossexual masculina: "Eram todos los demás dellos sométicos, en especial los que viviam en las costas y tierra caliente, en tanta manera que andaban vestidos en hábito de mujeres, muchachos a ganar en el diabolico y abominable vicio"(20). O citado missionário franciscano assim descreve os costumes destes nativo na sua História General de las cosas de Nueva España: "O somético paciente é abominável, nefando e detestável , digno de desprezo e do riso das gentes; o fedor e fealdade de seu pecado nefando não se pode sofrer, pelo nojo que causa aos homens. Em tudo se mostra mulheril e efeminado, no andar ou falar , e por tudo isso merece ser queimado"(21). Também Frei Barlomé da las Casas defende os nativos que missinou de serem muito afeitos às nefandices, ressaltando os especialistas nas civilizações maias e astecas a contradição notada entre uma mitologia extremamente dionisíaca, valorativa inclusive do hermaforditismo e da homossexualidade, ao lado de um prática moral bastante repressiva, do tipo apolíneo, prevendo até a pena de morte para certos casos de homossexualismo(22). "Aceita ou rechaçada, honrada ou severamente castigada, segundo a nação onde era praticada, a homossexualidade estava presente do Estreito de Berhing ao de Magalhães", conclui com maestria Antonio Raquena, o primeiro estudioso das "anormalidades sexuales de los aborigenes americanos"(23).
Inúmeros são os relatos de cronistas, viajantes e missionários descrevendo a presença de índios homossexuais e travestis entre as tribos e nações da atual América do Norte, onde os famosos berdaches chegaram a ser retratados em pitorescas gravuras do século XVII(24). Praticada pelos maias, astecas e caribes, a homosssexualiade também teve muitos adeptos em diferentes civilizações dos antigos imperios andinos da Colômbia ao Chile, incluindo os Chavin, Tiahuanaco, Nazca, Chimu, notadamente os Incas e Chibchas. Em sua Crônica del Peru, Cieza de Leon observou que "para os ter o demônio mais presos nas cadeias de sua perdição, nos oráculos e adoratórios onde se falava com o ídolo e dava as respostas, fazia entender que convinha para seu serviço, que alguns moços desde pequeninos estivssem nos templos para que a seu tempo, cuando fossem feitos os sacrifícios e festas solenes, os senhores e outros principais, usassem com eles no maldito pecado de sodomia. Segundo o Padre Domingo de Santo Tomás, geralmente entre os serranos e Yungas, em cada templo ou adoratório principal, têm um homem ou mais, segundo o ídolo, os quais andam vestidos como mulheres e um suas maneiras e trages e tudo o máis, arremedam a elas. Com estes, quase por via da santidade e da religião, têm nas festas e dias principais seu ajuntamento carnal e torpe, especialmente os principais senhores. Eles davam a entender que tal vício era uma espécie de santidade e religião"(25) A associação entre homosexualidade e xamanismo e outras manifestaões religiosas é tema fartamente documentado em incontáveis culturas, em todos continentes e ao longo de toda história humana. A própria suposta condenção do Antigo Testamento ao homoerotismo masculino, segundo os exegetas modernos, deve-se muito mais à execração da prostituição viril praticada nos templos, do que à condenção per se da unissexualidade(26).
Também entre os aborígenes do Brasil e das partes mais meridionais da América do Sul abundam evidências de que os amores homosexuais faziam parte das alternativas eróticas socialmente aceitáveis antes da chegada dos conquistadores portugueses. Entre os Tupinambá, que ocupavam a maior parte da costa brasileira, os índios gays eram chamados de tibira, e as lésbicas de çacoaimbeguira. Eis como são descritos no Tratado Descritivo do Brasil em 1587: "Não contentes em andarem tão encarniçados na luxúria naturalmente cometida, são muito afeiçoadas ao pecado nefando, entre os quais se não tem por afronta. E o que se serve de macho se tem por valente e contam esta bestalidade por proeza. E nas suas aldeias pelo sertão há alguns que têm tenda pública a quantos os querem como mulheres públicas"(27). Eis como outro cronista, Gandavo, já em 1576 descrevia a conduta das mulheres-machos: "Algumas índias há que não conhecem homem algum de nenhuma qualidade, nem o consentirão ainda que por isso as matem. Estas deixam todo o exercício de mulheres e imitam os homens e seguem seus ofícios como se não fossem fêmeas. Trazem os cabelos cortados da mesma maneira que os machos e vão à guerra com seus arcos e flechas e à caça, perseverando sempre na companhia dos homens. E cada uma tem mulher que a serve, com quem diz que é casada. E assim se comunicam e conversam como marido e mulher"(28). Provavelmente foram estas índias ultra masculinizadas, as çacoaimbeguira que ao serem vistas lutando contra os espanhois no Rio Marañon, foram confundidas com as legendárias Amazonas, mito que propagou-se por todo o continente americano, muito embora carecendo de qualquer evidência confiável quanto à sua veracidade(29).
Entre os nativos Guaicuru, pertencentes à grande nação Guarani, residentes nas margens do Rio Paraguai, ainda nos finais do Século XVIII, eram encontrados índios homosexuais que além de travestirem-se, eram totalmente identificados com o estilo de vida do sexo oposto: "Entre os Guaicurus e Xamicos, há alguns homens a que estimam e são estimados, a que chamam cudinhos, os quais lhes servem como mulheres, principalmente em suas longas digressões. Estes cudinhos ou nefandos demônios, vestem-se e se enfeitam como mulheres, falam como elas, fazem só os mesmos trabalhos que elas fazem, trazem jalatas, urinam agaxados, têm marido que zelam muito e têm constantemente nos braços, prezam muito que os homens os namorem e uma vez cada mês, afetam o ridículo fingimento de se suporem menstruados, não comendo como as mulheres naquela crise, nem peixe nem carne, mas sim de algum fruto e palmito, indo todos os dias, como elas praticam, ao rio, com uma cuia para se lavarem"(30)
À guisa de conclusão desta primeira parte, com base nos principais estudos sobre homossexualidade na América Latina e Caribe, assim como em monografias antropológicas e históricas consagradas à diferentes culturas desta região, enumero a seguir a lista das etnias indígenas, do passado e do presente, sobre as quais há evidência arqueológica, histórica, etnográfica ou linguística, comprobatória da prática do homossexualismo(31).
- México: Albardaos, Cipacingo, Itza, Jaguaces, Panuco, Sinaloa, Sonora, Tabasco, Tahus, Tlasca, Yucatecas, Maias e Astecas.
- Panamá: Dairen, Panamá.
- Colombia: Bogotá, Cayos, Chinatos, Chitarero, Guaira, Gauticos, Laches, Lile, Kagaba, Kogi, Mosca, Matilones, Urabaes, Zamba.
- Peru: Camana, Cañares, Carauli, Chibchas, Chinchas, Chincamas, Conchuco, Guanuco, Huayllas, Manta, Peru, Picta, Quellaca, Tarama, Tumebamba e os nativos de Puerto Viejo, Isla de Plata, Isla de Puna, Santa Helena, San Miguel, Serranos.
- Venezuela: Achaguas, Bobure, Capechos, Caribana, Caribes, Chiricoa, Ciparicote, Coquibacoa, Salivas, Timotes, Warao, Ypuies, Itatos.
- Bolivia: Chiguano, Wachipaeri.
- Chili: Araucanos, Mapuche, Pataões.
- Brasil: Boróro, Tupinambá, Guatos, Panaré, Wai-Wai, Xavante, Trumai, Tubira, Guaicuru, Xamico, Kainagaig, Nambiquara, Tenetehara, Yanomani, Mehinaku, Camaurá, Cubeo, Guaiaquil.

Wodson Barreto™ disse...

Quarta-feira, 19 de Março de 2008
“Born to be gay. História da homossexualidade”

Anteriormente às leis emitidas por Moisés, em nome da sua divindade, em poucas culturas havia preocupações com as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo. Antes da instituição do monoteísmo no Oriente Próximo, os fiéis das religiões orientais abundavam em todos os tipos de atividade sexual e os deuses correspondentes exerciam-na: assim, Osíris, no Egito; Istar, na Babilônia, El, em Canaã; Crixna, na Índia; também na Índia, Samba, era bissexual, como Zeus e Apolo, na Grécia (Apolo enamorou-se de Jacinto, o que despertou ciúmes em Zéfiro, que provocou a morte de Jacinto, consternado com a qual, Apolo transformou Jacinto em uma flor).Os cultos correspondentes envolviam atividade sexual: havia defloramentos rituais, praticados por sacerdotes e prostituição, masculina e feminina, nos templos da Mesopotâmia, da Fenícia, de Chipre, de Corinto, de Cartago, da Sicília, do Egito, da Líbia, da África Ocidental, em Israel e na Índia.Era indiferente o sexo do parceiro sexual do deus, da deusa, e dos seus adoradores: homem ou mulher, a opção equivalia a uma simples questão de gosto pessoal; o decisivo achava-se, não em com quem se fazia, porém o que se fazia: prestigiava-se o papel ativo, de penetrador; menoscabava-se o de sacana.De 3.000 antes de Cristo até os primórdios da era cristã, a homossexualidade integrava as culturas do Oriente Próximo, existia fora da repressão e do estigma que lhe surgiram posteriormente: a sua pratica era livre e aberta.Em Sacara, no Egito, um túmulo continha dois homens, e representações suas, em que figuram de mãos dadas e abraçados; os seus nomes, combinados sob forma de letreiro na entrada da tumba, resultam no significado “juntos na vida, juntos na morte”, e pertenciam, aparentemente, a uma elevada categoria social.Na África anterior a 1.400 antes de Cristo, conhecia-se, aparentemente, a homossexualidade; com certeza, praticavam-na os bosquímanos, o grupo étnico mais importante da África Austral, cujas pinturas rupestres representavam-na.Na Índia, os deuses eram afetiva e sexualmente bissexuais, o que influenciou a população indiana, em igual sentido, até o advento da ocupação britânica, responsável por uma alteração das mentalidades e dos comportamentos, o que resultou, na atualidade, em uma certa renegação da homossexualidade e a sua atribuição à influência do Ocidente.Na Índia, os casamentos correspondiam a vinculações voltadas a constituir ou a fortalecer laços entre famílias, por meio da geração de filhos, fora do pressuposto (ocidental) da afetividade entre os cônjuges, livres, assim, para amar a terceiros e manter atividade sexual com eles. Os textos hindus mais antigos, designados como literatura védica (cerca de 200 antes de Cristo a 800 depois de Cristo), contém a narrativa relacionada com Crixna, um deus que assume formas humanas, e Ardjuna, simultaneamente divino e humano: tratava-se de amigos que se amavam.Na China, anteriormente à era cristã, havia atração sexual e amor romântico dos homens por ambos os sexos. Por norma, os homens casavam-se e procriavam, porém, geralmente, sem conotação afetiva: a exemplo de outras culturas antigas, os membros do casal eram livres para realizar-se afetivamente em outras relações, independentemente do sexo do terceiro. A literatura chinesa antiga enaltecia as relações homossexuais, como situações de amor romântico, a exemplo de Ling e Mizi.Nas Américas, a escassez de registros dificulta a observação dos costumes sexuais anteriores à colonização européia.O judaísmo condenava, de todo, a homossexualidade, e a punia com a morte, pena que previa para outros comportamentos, como praguejar, ser filho rebelde e cometer adultério.Diferentemente dos deuses dos povos vizinhos de Israel, a sua divindade era alheia à sexualidade, embora exortasse os homens à procriação, único fito aceitável da atividade sexual, pelo que a sua única modalidade admissível correspondia à intromissão do pênis na vagina, visando à gravidez.Segundo a Bíblia, todo e qualquer ato sexual que não resulte, potencialmente, ao menos, em procriação, é antinatural e condenado por deus, o que tornou os judeus uma exceção, dentre as civilizações antigas, na sua condenação da atividade sexual estéril, o que incluía a homossexualidade.O Levítico proíbe expressamente, contudo, qualquer relação sexual entre homens, qualifica-a de abominação e prescreve-lhe a morte, à guisa de punição, sobre ambos os envolvidos; o Deuteronômio, por sua vez, proíbe a prostituição sagrada em Israel, masculina e feminina.No episódio de Sodoma, os naturais daquela cidade tencionavam praticar o coito anal, como ativos, com os seus visitantes, ao que Lot ofereceu-lhes a sua filha. Deus aniquilou Sodoma não em conseqüência dos desejos homossexuais dos seus habitantes, porém devido à inospitalidade com que eles trataram os forasteiros, à sua soberba e à sua negligência face aos pobres e indigentes.A importância atribuída pelo judaísmo à procriação como função exclusiva da atividade sexual correspondia a uma exceção em meio aos demais povos, nos quais o amor compreendia pessoas de sexo igual ou diferente.



linck da pesquisa:http://www.revistaladoa.com.br/website/artigo.asp?cod=1592&idi=1&xmoe=84&moe=84&id=5847
data da pesquisa:19/03/2008
hora:14:57
www.wodsonlisboa./blogspot.com