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Golpe em Honduras: manifestantes entram em confronto com policiais


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Entenda a origem da crise em Honduras

Manuel Zelaya

Manuel Zelaya pretendia realizar um referendo sobre a Constituição

A crise política em Honduras que levou à detenção e ao exílio do presidente Manuel Zelaya pelo Exército do país, neste domingo, teve origem num enfrentamento do mandatário com os outros poderes estabelecidos do país: o Congresso, o Exército e o Judiciário.

A BBC preparou uma série de perguntas e respostas que ajudam a explicar como se produziu a crise.

- Qual a origem da crise?

O presidente Manuel Zelaya queria que as eleições gerais de 29 de novembro - quando seriam eleitos o presidente, congressistas e lideranças municipais - tivesse mais uma consulta, sobre a possibilidade de se mudar a Constituição do país.

Segundo sua proposta, os eleitores decidiriam nessa consulta se desejavam que se convocasse uma Assembleia Constituinte para reformar a Carta Magna.

Os críticos de Zelaya afirmam que sua intenção é mudar o marco jurídico do país para poder se reeleger, o que é vetado pela atual Constituição.

- O que se planejava para este domingo?

Seria uma consulta sobre a consulta.

Os eleitores teriam que responder sim ou não à seguinte pregunta: "Está de acordo com que nas eleições gerais de novembro de 2009 se instale uma quarta urna para decidir sobre a convocação de uma Assembleia Constituinte que aprove uma nova Constituição política?".

- O que decidiu o Congresso sobre a consulta de domingo?

O Congresso hondurenho aprovou uma nova lei que regulamenta os referendos e os plebiscitos e invalida juridicamente a consulta.

A nova legislação impede a realização de consultas 180 dias antes e depois das eleições gerais.

O presidente do Congresso, Roberto Micheletti, que é do mesmo partido que Zelaya, o Partido Liberal, afirmou que a consulta não teria validade jurídica e que pela atual Constituição ela seria considerada um delito.

A proposta de Zelaya era rechaçada por Micheletti, que afirma que o presidente pretendia se perpetuar no poder.

- Zelaya pretendia se lançar candidato à reeleição?

O mandato de Zelaya terminaria em janeiro de 2010, e a atual Constituição veta a reeleição do presidente.

Zelaya, que foi eleito em 2005, negou que pretendesse continuar no poder além dos quatro anos para os quais foi eleito.

Segundo ele, uma eventual mudança constitucional seria válida apenas para seus sucessores.

- Qual a posição do Exército?

Zelaya destituiu o chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, o general Romeo Vázquez, que havia se negado a apoiar a logística para a consulta deste domingo, declarada ilegal pelo Congresso.

Após a demissão de Vázquez, o ministro da Defesa, Ángel Edmundo Orellana, e outros comandantes militares também renunciaram.

Porém a remoção de Vázquez ordenada por Zelaya foi revertida na sexta-feira pela Suprema Corte de Justiça, que aceitou dois recursos contra a decisão do presidente.

O Exército mobilizou na sexta-feira efetivos para prevenir possíveis distúrbios por parte de organizações populares e indígenas, que apoiam Zelaya.


Honduras: Uma história de golpes

Tropas hondurenhas

Após quase 30 anos de ordem constitucional, golpe derrubou Zelaya

O golpe de Estado que depôs o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, no último domingo, não é um acontecimento inédito na história do país.

Leia a cronologia de eventos ligados à situação política do país e à atual crise.

1956: Em outubro de 1956, um golpe militar destituiu o presidente Julio Lozano Díaz. Formou-se uma junta militar composta pelo general Roque J. Rodríguez, pelo coronel Héctor Caraccioli e pelo engenheiro Roberto Gálvez Barnes. A junta governou até 1957.

1963: Em outubro, o coronel Osvaldo López Arellano chegou ao poder depois de liderar um golpe de Estado, depondo o presidente Ramón Villeda.

Durante o governo de López, ocorreu uma guerra entre Honduras e El Salvador por questões migratórias e uma disputa sobre o traçado das fronteiras.

López Arellano governou até 1971, com um gabinete militar.

1972: Depois do breve mandato de Ramón Ernesto Cruz, López Arellano deu um novo golpe de Estado e governou até 1975.

Ele deixou o poder após um escândalo de suborno envolvendo uma empresa americana. Neste mesmo ano, assume a Presidência o coronel Juan Alberto Melgar Castro, por decisão do Conselho Superior das Forças Armadas.

1978: Melgar é derrubado por um golpe militar. Uma junta militar formada por Policarpo Paz García, Domingo Álvarez Cruz e Amílcar Zelaya Rodríguez governa Honduras até 1980. Durante seu mandato, a junta assina um tratado de paz com El Salvador.

Policarpo Paz García exerce o cargo de presidente até 1982, depois de ser eleito pelos partidos políticos no Congresso.

1981 - Roberto Suazo Córdova, do Partido Liberal de Honduras, de centro, é eleito presidente pelo voto popular, iniciando o primeiro governo civil em mais de um século. Apesar disso, a enorme influência do Exército na política do país não desaparece.

Dezembro de 2005 - Manuel Zelaya, do Partido Liberal, é declarado vitorioso nas eleições presidenciais.

Abril de 2006 - Entra em vigor um acordo de livre comércio com os Estados Unidos. O Congresso de Honduras havia aprovado o Acordo Centro-Americano de Livre Comércio (Cafta, na sigla em inglês) em março de 2005.

Honduras e El Salvador inauguram sua recém-definida fronteira.

Maio de 2007 - O presidente Zelaya ordena que todas as emissoras de rádio e TV exibam propaganda do governo duas horas por dia, durante dez dias, para combater o que diz ser uma campanha de desinformação.

Outubro de 2007 - A Corte Internacional de Justiça de Haia, na Holanda, resolve uma longa disputa territorial entre Honduras e Nicarágua.

O presidente Manuel Zelaya visita Cuba, na primeira visita oficial de um mandatário hondurenho à ilha em 46 anos. Os dois países haviam chegado a um acordo sobre seus limites marítimos depois de outra longa disputa.

Agosto de 2008 - Honduras, aliado antigo dos Estados Unidos, une-se à Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) - uma aliança de líderes esquerdistas latino-americanos chefiada pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, um crítico ferrenho dos Estados Unidos. Zelaya disse que a falta de apoio internacional para combater a pobreza forçou-o a buscar a ajuda da Venezuela.

28 de junho de 2009: Depois de quase 30 anos de ordem constitucional, um golpe militar derruba o presidente Manuel Zelaya Rosales. Ele é retirado de sua casa e, com escolta militar, é levado ao aeroporto, onde embarca para a Costa Rica.

O Congresso indica Roberto Micheletti, que presidia o legislativo, como novo chefe de Estado até 2010 - medida fortemente criticada pela comunidade internacional.








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