Egito Antigo



Egito Antigo



Máscara funerária de Tutankhamon




Nota do Autor


Esta é uma obra onde suas informações foram retiradas de locais diferentes, sendo possível que ela apresente algumas contradições e/ou algumas palavras e nomes escritos de maneiras diferentes.
Por isso, peço aos leitores que não critique o livro, e nem a mim, caso essas informações "diferentes" venha a aparecer.
Espero que gostem de tudo aqui exposto.


Agradeço antecipadamente

Caio Christofolletti




  Introdução

A Magia da Civilização Egípcia (Khemi) é especial e única no mundo, Seus conhecimentos sobre o mundo dos mortos e dos mistérios do céu, tornaram os egípcios os verdadeiros precursores da Era de Aquarius. Afinal, o nascimento do Egito ocorreu num signo de Ar, assim como a Era que estamos entrando agora.
O Egito, junto com a Índia, é um país de cultura e história fascinantes. Aproximadamente, 3000 anos antes do nascimento de Cristo, os egípcios alcançaram um elevado estágio de civilização.
Eles tinham o governo central organizado; seu comércio era voltado para as cidades que margeavam o Nilo; construíam grandes estruturas de pedra; e, o mais importante, dominavam a arte de escrever.
Ao longo do Nilo podem ser vistos majestosos monumentos que revela as realizações do Antigo Egito, sendo a maioria tumbas e templo. Os antigos egípcios eram muito religiosos e acreditavam no princípio de uma vida após a morte para reis e nobres, desde que seus corpos pudessem ser preservados (esse é o principal motivo do embalsamamento).



Nas paredes das tumbas aonde as múmias embalsamadas eram sepultadas eles esculpiam quadros e inscrições; algumas tumbas privadas estavam enfeitadas com pinturas. Nas tumbas também eram colocadas estátuas e objetos da pessoa morta para que sua alma, quando voltasse, pudesse novamente habitar seu corpo.
A crença numa vida além-túmulo e a concepção da alma entre os egípcios explicam a idéia do homem possuir duas almas: Ba e Ka. A segunda alma era apenas um elemento de ligação co mo corpo, podendo decompor-se também. Para evitar o sofrimento ou a destruição do Ka, os egípcios costumavam embalsamar os cadáveres.


 Observações geográficas

O Egito antigo localizava-se ao nordeste da África. Limita-se ao norte com o Mar mediterrâneo; ao sul com o deserto da Núbia; a leste com o Mar Vermelho e a oeste com o deserto da Líbia.
Os antigos egípcios dividiram sua terra em duas partes, o Alto Egito e o Baixo Egito. Alto e baixo não se referem a norte e sul; esses termos relacionam-se ao curso do Nilo e a elevação da terra. O Alto Egito é a região sul e tem esse nome porque está mais perto da nascente do Nilo, ou rio acima, e, portanto, em terreno mais alto. O Baixo Egito consiste basicamente na região do delta do Nilo e leva esse nome porque está mais distante da nascente, ou rio abaixo.essa área também está mais próxima do nível do mar do que o Alto Egito.
A característica geográfica dominante do antigo Egito era um vasto deserto dividido pelo Nilo. O rio entalhava uma faixa fértil em toda a extensão do território, e a maioria dos antigos egípcios vivia ao longo dele. Eles chamavam o deserto de deshert, ou "terra vermelha", e a terra das margens do Nilo de kemet, ou "terra preta", que também é o nome que os antigos egípcios usavam para se referir à sua pátria.





Mapa do Antigo Egito





Mapa do Egito Atual

Estatísticas
Hoje em dia o Egito é totalmente diferente do que era a quase 2000 atrás, por isso abaixo segue as características atuais do mesmo:
  • Capital: Cairo
  • Superfície: 1001449 km²
  • População: aprox. 66900000 hab
  • IDH: 0,623
  • Renda per capita (PIB): US$ 3050,00
  • Mortalidade Infantil: 52 crianças por mil
  • Moeda: Libra egípcia
  • Principal Idioma: Árabe
  • Clima: desértico
  • Vegetação predominante: nenhuma
  • Atividades Agropecuárias: agricultura primitiva de subsistência, pastoreio
  • Crescimento vegetativo: 3 – 4%
  • Densidade Demográfica (hab. Por km²): 50 – 200
  • Expectativa de Vida: 55 – 65 anos
  • Adultos alfabetizados: 50 – 75%
Esses são uns dos principais fatores geográficos do Egito Atual.




  Rio Nilo

Ele tem 6.700 km (5.600 desde o lago Vitória) de extensão. Saindo do lago Vitória (com o nome de Nilo Vitória), onde se lança seu principal formador, o Kagera, o Nilo corre para o norte. Atravessando os lagos Kioga e Mobutu Sese Seko, toma o nome de Nilo Branco (Bahr el-Abiad) ao sair da região pantanosa do Sudão meridional. Em Cartum, recebe o Nilo Azul (Bahr el-Azrak) e depois o Atbara. Atravessa, em seguida, a Núbia e o Egito, que fertiliza com as suas cheias estivais, atinge o Cairo, onde começa o delta, que se abre no Mediterrâneo. A barragem de Sadd al-Ali (alta barragem de Assuã) regularizou-lhe o curso inferior e criou um vasto lago artificial, com 500 km de comprimento (que, em parte, se estende ao Sudão).



Trecho do Nilo, em Gizé


Segundo Heródoto (historiador grego), "O Egito é um dom do Nilo", sem o Nilo e a cheia, o Egito seria apenas a parte oriental do Saara. Sua cheia chega mais forte no Egito quando é verão, carregada de aluviões pelo vento que desce dos altos planaltos da Abissínia. A cheia e suas riquezas são representadas pelo deus Hápi, de ventre repleto e seios pendentes. Antes de chegar a Assuan pela construção das barragens, o Nilo depositava nas terras cultiváveis, em média, um milímetro de lodo por ano.
A prosperidade do Egito nasce da ação conjunta do Nilo e do Sol, todos os dois elevados pelos habitantes à categoria de deuses. O rio, em cheia das mais fortes do verão, impregna os campos de uma água carregada de aluviões extremamente férteis. O sol apressa a vazante, e o renascimento da vegetação. Uma cheia muito fraca não alimenta bem a terra; muito forte, devasta os campos - tanto uma quando a outra levam à fome: sem a cheia, o sol seria devastador; sem o sol, a cheia seria inútil. O importante é que o equilíbrio ( Maat) seja mantido entre os dois.




Rio Nilo, Trecho do Cairo





  História
Período Pré-Dinástico
5500-3000 a.C.




A era anterior à subida dos faraós é chamada de Período Pré-Dinástico. Várias culturas surgiram ao longo das margens férteis do Nilo durante essa época. No baixo Egito, grupos de pessoas viviam em torno de Merimda, ao norte do que viria a se tornar Men-Nenfer (Mênfis). Outra cultura formou-se no Faium. Ao sul do Alto Egito, formaram-se culturas perto de Ábidos e vária sem Naqada, ou Nubt.
Algumas dessas pequenas civilizações exibiram facetas do que viria a se tornar à cultura egípcia antiga. Por volta de 5500 a.C. a agricultura tornou-se a principal fonte de alimentos, em particular no sul, ou Alto Egito. Trigo e cevada eram cultivados e armazenados em celeiros de diferentes formatos e tamanhos. Comunidades agrárias formaram-se para manter as fazendas.
Os costumes funerários também evoluíram para uma forma conhecida. Os mortos eram enterrados em cemitérios nos subúrbios das aldeias, longe dos vivos e das terras cultiváveis. Ferramentas e alimentos que eles teriam usado durante a vida eram enterrados junto com os corpos. Por volta de 4000 a.C., quando uma segunda cultura havia se estabelecido em Naqada, os túmulos evoluíram para câmaras subterrâneas, que eram supridas com objetos da vida cotidiana.
Outras convenções praticadas pelos primeiros egípcios incluíam o uso da malaquita como maquiagem para os olhos, a fim de reduzir o efeito do brilho do sol, e o uso de óleos côo perfume. As lanças de madeira, usadas por todo o período da história egípcia antiga para a caça, também eram usadas nos tempos pré-dinásticos.
Conforme as comunidades agrárias se desenvolviam em aldeias mais organizadas, líderes iam aparecendo, e algumas dessas aldeias alcançaram uma posição dominante. No Alto Egito, destacavam-se as cidades de Tinis e Nubt (Naqada), que eram ligadas a Seth, Deus da Destruição. No Baixo Egito, Perwadjyt (Buto) e Behdet (Apolinópolis) eram o centro do poder.


Período Arcaico (Dinástico Antigo)

1a e 2a Dinastias
3000-2649 a.C.



1a Dinastia 2a Dinastia


Narmer Hetepsekhemwy
Aha Raned
Djer Nynetjer
Djet Peribsem
Guarida Khasekhem
Anedjib
Semerknet
Qaa

Dentro do quadro de fortes líderes regionais é que o Antigo Egito foi unificado pela primeira vez. Os historiadores não chegaram a um acordo sobre qual líder de fato foi o primeiro a unir o Egito. Na tradição egípcia antiga, o faraó mítico Menés, que veio de Tinis, recebe o crédito pela façanha; porém, nenhum artefato encontrado do tempo em que Menés teria vivido menciona seu nome.
A maioria dos historiadores concorda que Narmer foi um dos primeiros governantes do Egito, embora ninguém saiba ao certo qual parte ele governou. A Patela de Narmer, um artefato de pedra encontrado em Tinis, mostre Narmer usando a coroa do Alto Egito de um lado e a do Baixo Egito do outro. Alguns historiadores apontam essa patela como evidência clara que Narmer reinou sobre ambas as partes.
Os historiadores estão seguros de que Hor-Aha governou o Egito unificado e fundou sua primeira capital em Men-nenfer. Hor-Aha selecionou um local no meio da região, entre as duas terras. Ele chamou sua capital de "Muros Brancos", porém ela seria conhecida mais tarde como Men-nefer (Mênfis). O terreno para a capital foi criado por meio do desvio do curso do Nilo usando um grande dique. Hor-Aha também estabeleceu Ptah como o deus principal e realizou expedições militares e comerciais á Núbia, Líbano e Sinai.
Os sucessores de Hor-Aha seguiram seu modelo de liderança e a cultura egípcia floresceu. Papiros e hieróglifos começaram a sr utilizados, e a capacidade de centralizar o governo foi significativamente auxiliada pela manutenção de registros. O governo egípcio media as cheias do Nilo e gerenciava o trabalho nas fazendas. Foram escritos papiros médicos e a pedra foi usada pela primeira vez em construções e esculturas. A nobreza era enterrada em mastabas finamente decoradas em Abedju (Ábidos) e Sacara.
Vários faraós seguiram-se a Hor-Aha, mantendo a união e acrescentando terras. No final da Segunda Dinastia, porém, a união se desfez. Dois homens, Persiben e Khasekhem, reivindicaram o trono. Afastando-se do padrão, Persiben adotou um "nome de Seth" em vez do tradicional "nome de Hórus". Além de estar intimamente associado ao Baixo Egito, Seth, na mitologia egípcia, é inimigo de Hórus. Khasekhem manteve a prática de adotar um "nome de Hórus".Durante o conflito, Khasekhem foi forçado a recuar para o sul até Nehken

(Hieracômpolis), mas acabou conseguindo derrotar Persiben e suas forças e reunificou o Egito. Depois da reunificação, Khasekhen adotou o nome de Khasekhemy, que significa "dois poderes apareceram".
No final do Período Arcaico, o Egito estava novamente unificado sob o governo de um único líder. O sepultamento numa grande mastaba era a prática comum para a nobreza. A roda do oleiro havia sido inventada, resultando em peças de cerâmica mais fortes e duradouras. O comércio com os vizinhos trazia bens e matérias-primas nescessárias.E, devido ao conflito entre Khasehkemy e Persiben, Hórus foi finalmente estabelecida como a divindade dos faraós.


Antigo Império
3a a 6a Dinastias
2649-2195 a.C.




3a Dinastia 4a Dinastia 5a dinastia 6a Dinastia


Sanakht Sneferu Userkaf Teti
Djoser Kheops Sahura Userkara
Sekhemkhet Radjedef Nefertikara Kakai Pepy I
Huni Khephrem Shepseskara Isi Merenra
Raneferet Pepy II
Nyuserra
Menkauhor Akauhor
Djedkara Isesi
Unas


O Antigo Império foi um tempo de prosperidade no Egito. Os faraós uniram firmemente a terra com um governo bastante centralizado. O Egito foi dividido em nomos, cada um deles administrado por um monarca. Em geral, os monarcas eram parentes próximos dos faraós e muito leais a eles.
Com a união entre o Alto e o Baixo Egito solidificada, os faraós voltaram sua atenção para as expedições ao exterior com a intenção de aumentar a riqueza da nação. O Egito olhava principalmente para o sul, em busca de ouro, e par o leste, em especial para Serabit el- Khadim, no Sinai, onde havia cobre e turquesa. Os egípcios fundaram assentamentos nesses locais e lutaram contra os beduínos, núbios, sírios, cananeus e palestinos. Também estabeleceram assentamentos no oeste, no oásis de Bahariya no deserto ocidental. Esse local era determinante para facilitar o comércio por terra. As expedições às essas áreas tiveram o efeito desejado: a riqueza do Egito aumentou e os faraós puderam gastar a recente fortuna conquistada em imensos monumentos.


O Antigo Império também presenciou o surgimento do culto solar. As pirâmides têm a forma do benben*, onde Aton-Rá, o deus criador no culto solar, apareceu pela primeira vez. Mais tarde no Antigo Império, o culto solar tornou-se mais dominante com a construção de templos do sol em várias cidades por todo o Egito.

O Antigo Império começou com a subida ao trono da Terceira Dinastia, e a construção das pirâmides teve início quase imediatamente. O segundo faraó da dinastia, Dsojer, mandou construir a primeira pirâmide em Sacara. Imhotep, seu vizir, conhecido por sua inteligência, também serviu como sumo sacerdote do culto solar em On (Heliópolis), supervisionou a construção da pirâmide e foi seu arquiteto. A pirâmide, chamada de "pirâmide de degraus", é, em essência, seis mastabas, uma sobre a outra, com cada nível menor que o anterior. Ninguém sabe muito bem o que a pirâmide pretendia representar, mas alguns arqueólogos imaginam que a idéia era de que o monumento tivesse a aparência de uma escada para o céu.
Várias pirâmides de degraus foram construídas para outros faraós até o tempo de Snefru, o primeiro faraó da Quarta Dinastia, a forma desse monumento foi aperfeiçoada. O primeiro projeto de Snefru foi o término da pirâmide de seu pai Huni em Meidum. A pirâmide de Huni começou como a de degraus. Quando Snefru concluiu o projeto, porém, ele alisou as laterais, num prenúncio de estilo que as pirâmides viriam a assumir.
Snefu começou pelo menos três projetos de suas próprias pirâmides. O primeiro desabou sob seu próprio peso. O segundo, a "pirâmide inclinada", ainda se encontra em Dashur. O ângulo das laterais muda da metade para cima, embora ninguém saiba ao certo por quê. Uma teoria é que os arquitetos temeram outro desabamento e reduziram o ângulo. Outra teoria é que Snefru morreu durante a construção, por isso o ângulo foi reduzido para acelerar os trabalhos.Uma terceira teoria é que a pirâmide inclinada seria um gigantesco obelisco, projetado para representar um dos raios do sol. De qualquer forma, a pirâmide inclinada exibia as laterais lisas, que iriam distinguir as pirâmides verdadeiras das pirâmides de degraus.
Os arquitetos se Snefru por fim chegaram à forma da pirâmide verdadeira co ma Pirâmide Vermelha. Também localizada em Dashur, ela apresentava as laterais lisas características e o revestimento externo d pedra polida, que as pirâmides subseqüentes iriam copiar. O nome desse monumento se deve à cor que ele adquire ao pôr-do-sol.
Essas construções atingiram seu ápice com a pirâmide de Khufu (Kheops) em Rostja (Gizé). A pirâmide, a maior que ainda resiste, tinha originalmente cerca de 145 metros de altura com laterais de 2300000 blocos de calcário. Foi inteiramente revestida de calcário de Tura, trazido para a construção a partir de On (Heliópolis). A construção de pirâmides continuou por todo o Antigo Império e alguns dos primeiros faraós do Médio Império também as construíram. No total, cerca de 50 pirâmides reais foram descobertas no Egito, com dezenas de outras menores construídas para a nobreza secundária.
A grandiosidade das pirâmides enfatizava a posição dos faraós como deuses sobre a terra e refletia o poder e riqueza que eles detinham durante a Terceira e Quarta Dinastias. Alguns historiadores calculam que a maior parte da riqueza do Egito era destinada à construção de pirâmides.
A Quinta Dinastia marcou a interrupção na construção de pirâmides colossais. Elas ainda eram construídas, mas numa escala muito menor, pois mais recursos foram dedicados a construir templos do Sol.
Userkaf, o primeiro faraó da Quina Dinastia, construiu o primeiro templo do sol em Djedu (Abusir). Seis outros faraós da Quinta Dinastia construíram templos do Sol, firmando o culto solar como a teologia central.
Por fim, o governo fortemente concentrado que tornou possível a construção dos monumentos começou a se esfacelar. Embora os faros da quarta Dinastia tenham preenchido os postos do governo com parentes próximos, os faraós da Quinta Dinastia não fizeram o mesmo. A extensa rede de oficiais do governo permaneceu, mas esses postos não eram mais ocupados por parentes dos faraós. Em vez disso, a nobreza de outras famílias preencheu os cargos. Eles ganharam poder a partir de sua relação com o faraó, sem ter necessariamente o senso de lealdade que um parente de sangue teria.
Esse enfraquecimento do poder dos faraós, combinado à elevação do poder de outras famílias, foi decisivo para o colapso do Antigo Império. O último governante desse período, Pepi II, da Sexta Dinastia, administrou o Egito por cerca de 94 anos, o mais longo período de governo registrado na história. A idade por fim prejudicou sua capacidade de governar, e as famílias que haviam sido encarregadas de administrar as diferentes áreas, ou nomos, do Egito tomaram o poder. A fome completou a queda do governo central. Clima havia mudado e as monções anuais que ocasionavam a cheia do Nilo cessaram. Sem a cheia, as terras das fazendas tornaram-se menos férteis até que não produziram mais. A base da economia se fora, as pessoas estavam passando fome e o Faraó, um deus vivo na terra, não podia fazer nada. O antigo Egito despedaçou-se novamente em pequenas comunidades, cada uma delas com um líder provincial à sua frente. O governo central desapareceu.


*A colina que foi a primeira terra a se levantar das águas, de acordo com a mitologia egípcia antiga.



Primeiro Período Intermediário
7a a 11a Dinastias
2195-2066 a.C.



7 Dinastia 8a Dinastia 9a Dinastia 10a Dinastia 11a Dinastia
____ ____ ____ ____
Intef I
Intef II
Intef III
Mentuhotep I
Mentuhotep II
Mentuhotep III

O Primeiro Período Intermediário foi um tempo de contendas. A fome não dava trégua à população e os líderes das inúmeras pequenas comunidades faziam o que podiam para alimentar seu povo. Por fim, o Alto Egito e o Baixo Egito tomaram a forma de dois reinos separados outra vez.
Por volta de 2160 a.C., um grupo de governantes localizados em Henen-nesw (Heracleópolis) conseguiu reunificar o Baixo Egito. Os governantes de Heracleópolis eram os herdeiros legítimos ao trono do Egito e reivindicaram plena autoridade real. Expulsaram os líbios e asiáticos que haviam se instalado no delta do Nilo à procura de comida. Consertaram velhos canais de irrigação, fortificaram as fronteira se abriram o comércio com os Biblos, o Líbano. Os reis heracleopolitanos também eram famosos por sua crueldade. Ainda assim, conseguiram unir povos díspares durante um tempo difícil.
Simultaneamente, a família governante de Waset (Tebas) unificou o Alto Egito, embora numa confederação muito mais frouxa do que o Baixo Egito. Inyotef foi o primeiro governante de Waset a começar a unir o território. Ele conquistou terras ao sul e assumiu o título de "Grande Chefe do Alto Egito". Ao contrário dos heracleopolitanos, ele não reivindicou o título de Faraó.
Os sucessos de Inyotef fortaleceram a confederação do sul do Egito e, conforme seu poder aumentava, começaram a dar a si mesmos o título de Faraó. Depois que os nomos do sul foram subjugados, eles voltaram sua atenção para o norte. Os conflitos nas fronteiras do Alto e Baixo Egito eclodiram até assumir o caráter de uma guerra civil de grandes proporções.
Mentuhotep II, um descendente de Inyotefs, surgiu em cena e, finalmente, derrotou os heracleopolitanos. Ele adotou o nome de Sam-towe, que significa "unificador das duas terras", e estabeleceu uma nova capital egípcia em Waset.
Com uma nova capital, um novo deus patrono ganhou influência. O deus patrono de Waset era Amon, que suplantou Rá como o principal deus do Egito. Como no caso de Rá anteriormente, Amon era considerado agora o deus original, de quem todos os outros deuses sugiram. O culto solar permanecia forte, porém, e Amon acabaria se associando a Rá.

Além da nova dominância de Amon, o Primeiro Período Intermediário introduziu outras mudanças nas práticas religiosas. Enquanto o Egito esteve dividido em nomos, os governantes das aldeias e regiões adotaram para si os mesmos direitos funerários que antes haviam sido reservados aos faraós e seus parentes mais próximos. O culto a Osíris também ganhou maior proeminência, o que expandiu ainda mais o acesso a direitos funerários pela abertura da vida após a morte para todos. Logo, egípcios de todas as posições sociais podiam entrar na outra vida, desde que tivesse dinheiro suficiente para pagar pelo ritual.
Com essa pronunciada transformação no acesso a serviços funerários, veio uma mudança notável nos próprios costumes fúnebres.Os faraós, como os deuses, não eram julgados antes de entrar na outra vida. Quando a outra vida foi aberta aos mortais, os conceitos de julgamento final e última confissão foram introduzidos.
Artisticamente, a escultura e arquitetura sofreram durante o Primeiro Período Intermediário. Os recursos eram limitados e a tenção estava voltada para alimentar o povo e consolidar o poder. Nessa época, porém, foram estabelecidas as funções para as grandes obras literárias do Médio Império. Sem a força unificadora e religiosa dos faraós, os escritores sentiam-se mais livres para expressar opiniões pessoais sobre temas seculares.



Médio Império
11a a 14a Dinastias
2066-1650 a.C.


11a Dinastia 12a Dinastia 13a Dinastia 14a Dinastia
Inef I Amenemhet I Wegaf _______
Inef II Sesostris I Inef IV
Inef III Amenemhet II Hor
Mentuhotep I Sesostris II Sobekhotep II
Mentuhotep II Sesostris III Neferhotep I
Mentuhotep III Amenemhet III Ay
Mentuhotep IV Amemhet IV NeferhotepII
Sobeknefru
No Médio Império, o Egito reconheceu novamente o faraó como o governante supremo da terra. As condições, porém, haviam mudado consideravelmente em relação ao Antigo Império. O poder que os líderes regionais adquiriram no Primeiro Período Intermediário permaneceu no Médio Império e os faraós tinham a tarefa de manter seus monarcas sob controle. Muitos monarcas possuíam exércitos em prontidão, e contavam com a permissão dos faraós, desde que fornecessem tropas quando os faraós as solicitassem.
Depois de reunificar o Egito, Menhuhotep II e seus sucessores formaram a Décima Primeira Dinastia e reinaram por cerca de 70 anos. O poderio militar foi marcante durante essa dinastia e expedições ao Sinai, Palestina, Núbia e Líbia foram empreendidas para inimigos e aproveitar os recursos naturais disponíveis. A mineração na península do Sinai a na Núbia proporcionou novamente as matérias-primas necessárias para a produção de belos objetos de arte.
A Décima Primeira Dinastia também atentou para a renovação das relações comerciais com outros países. Antigas rotas de comércio foram reabertas, entre elas o Wadi Hammamat, o leito de rio seco que servia de ligação entre o Mar Vermelho e Kebet (Coptos). Mentuhotep III ordenou uma viagem à distante Pwenet (Punt) para adquirir mirra.
Com a entrada de matéria-prima e a revitalização dos cofres da nação, a arte e a arquitetura egípcia começaram novamente a florescer. Mentuhotep II construiu um grande complexo mortuário escavando num rochedo em Djeseru-Djeseru ( Deir el-Bahri). Mentuhotep III construiu muitos templos em todo o sul do Egito, em Abu (Elefantina), Abedju (Ábidos) e Waset (Tebas), entre outros locais. Os templos eram decorados com belos relevos e desenhos, mostrando que a habilidade artística considerável sobrevivera no Egito apesar de toda a convulsão anterior.
A última ação empreendida pela Décima Primeira Dinastia foi uma expedição a Wadi Hammamat a fim de escavar pedras para o sarcófago de Mentuhotep IV. O líder dessa expedição de mineração foi Amenemhet, vizir do Alto Egito. Amenemhet subiu pacificamente ao trono e tornou-se faraó, talvez ilustrando que mesmo governantes provinciais podem subir até esse posto se forem particularmente bem sucedidos. Ele deu início à Décima Segunda Dinastia, que governou o Egito por mais 200 anos.
Depois de subir ao poder, Amenemhet fundou uma nova capital egípcia. Ele escolheu um local no centro do Egito, cerca de 45 quilômetros ao sul de Mênfis, e chamou sua nova capital de Itjawi, ou "conquista das duas terras". Amenemhet empenhou-se numa campanha agressiva para expandir as fronteiras do Egito. Para o sul, ele entrou na Núbia até a terceira catarata e assentou a cidade de Heb (Senma), onde Sesóstris III construiria, mais tarde, uma impressionante fortificação. Amenemhet também forçou os líbios a desocuparem o Faium e restabeleceu assentamentos egípcios na região. Com a expansão, eram construídas também novas fortificações para proteger as fronteiras. A mais famosa destas é o Muro do Príncipe, uma série de fortalezas ao longo de vias de entradas comuns do Egito.
Enquanto Amenemhet estava fora, em expedições ao exterior, rivais tentaram usurpar o seu trono. Como resultado, Amenemhet introduziu a prática de co-regência, que se tornou uma das chaves de longevidade de sua dinastia. No décimo segundo ano de seu reinado, ele nomeou seu filho herdeiro, Sesóstris, co-regente. Os dois governaram juntos até a morte de Amenemhet. Com o faraó seguinte firmemente no poder desde a morte do atual, os pretendentes ao trono tiveram dificuldades para usurpar o governo.
O Médio Império também presenciou a expansão das relações comerciais. Foram estabelecidas parcerias com a Síria, o Líbano e a Palestina. Artefatos egeus datados do Médio Império também foram encontrados, indicando comércio com nações egéias diretamente ou por intermédi9o do Líbano.
A construção de monumentos na Décima Segunda Dinastia teve um retorno da pirâmide tradicional, em vez dos túmulos escavados na rocha. Os faraós dessa dinastia espalharam suas pirâmides pelo Egito. Vários as construíram em Dashur, outros as ergueram nos arredores de Itjawi, e Amenemhet III construiu sua segunda pirâmide em Hawara, no Faium. A maioria as construções era de tijolos de argila, com revestimento de calcário de Tura. Uma exceção notável é a Pirâmide Negra de Amenemhet III, construída em parte com basalto, que lhe deu sua cor escura.
A antiga literatura egípcia atingiu seu ápice durante a Décima Segunda Dinastia. Surgiu um novo conjunto de textos, que incluía os de instrução e narrativas. Esses textos eram muito populares nas escolas de escribas e, mais tarde, os escribas passaram a aprender a sua arte copiando os manuscritos repetidamente. Por exemplo, há quatro papiros, duas pranchetas de desenho e cerca de 100 óstracos, ou fragmentos de cerâmica, com a inscrição da Sátira sobre as Profissões. Embora o manuscrito tenha sido feito durante o Médio Império, todas as cópias ainda existentes datam do Novo Império, o que atesta a popularidade do texto. Faz sentido que a Sátira sobre as Profissões tenha agradado aos aspirantes a escribas: é um texto de instruções que exalta as virtudes de ser escriba por meio da crítica bem-humorada a todas as outras profissões.
A evolução da teologia egípcia teve seqüência ao longo do Médio Império. Além da emergência de Amon, Osíris continuou a ganhar importância como o Deus dos Mortos. O conceito de julgamento antes da entrada na vida após a morte tivera início durante o Primeiro Período Intermediário e Osíris foi instituído como o juiz no Médio Império. Os faraós procuravam honrar Osíris, e o número de belos monumentos em Abedju (Ábidos), uma das cidades de Osíris, é evidência da importância do Deus.
O final da Décima Segunda Dinastia marcou o início do declínio do Médio Império, o último faraó da Décima Segunda Dinastia teve um reinado excepcionalmente longo. Quando ele morreu, instaurou-se uma confusão quanto a quem seria o legítimo sucessor. Uma mudança climática novamente complicou a situação. As cheias do Nilo foram particularmente altas e levaram muito tempo para recuar, encurtando a estação de cultivo.
A situação não era tão calamitosa quanto no final do antigo Império, mas as dificuldades agrícolas, mesmo assim, enfraqueceram o poder dos faraós. A Décima Terceira Dinastia, cujos faraós haviam transferido a capital de volta para Men-nefer (Mênfis), foi caracterizada por dezenas de faraós com reinados extremamente curtos, o que evidência o túmulo que envolvia os postos mais elevados do governo. Os vizires acabaram sendo mais duradouros do que os faraós dessa dinastia e vários deles serv9iram a mais de um governante e ajudaram a manter o território unido.
Sem m líder forte, o Egito inevitavelmente fragmentou-se outra vez.Uma nova linhagem de faraós estabeleceu-se em Xois, localizada na parte ocidental do delta do Nilo. Os faraós em Xois governaram ao mesmo tempo que os da Décima Terceira Dinastia.
Com esse pano de fundo, o Médio Império teve fim e uma vez mais houve a divisão em Alto e Baixo Egito.


Segundo Período Intermediário
15a a 18a Dinastia
1650-1550 a.C.



15a Dinastia 16a Dinastia 17a Dinastia 18a Dinastia
Shesi Anather Sobekemsaf Ahmose
Yakubher Yakobaam Intef VII Amenhotep I
Khyan Tao I Thutmose I
Apepi I Tao II Thutmose II
Apepi II Kamose Hatshepsut
Thutmose III
Amenhotep II
Thutmose IV
Amenhotep II
Amenhotep IV
Neferneferuaten
Tutankhamon
Ay
Horemheb
Durante o Médio império, a imigração aumentou. Povos da Ásia, em particular os hicsos, cruzaram as fronteiras até o Egito e ofereceram seus serviços, geralmente como servos contratados. Com o passar do tempo, os hicsos melhoraram a posição na sociedade egípcia. Quando o caos dominou a situação política no final do Médio Império, eles assumiram o poder.
Os hicsos dominaram o Baixo Egito e estabeleceram sua capital em Rowaty (Avaris). Embora governassem diretamente apenas o Baixo Egito, exerciam influência também sobre o Alto Egito. Os governadores do Alto Egito, sediados em Waset (Tebas), pagavam tributo aos hicsos.
O Baixo Egito continuou a ter boas relações comerciais sob o governo hicso. As rotas de comércio para o Sinai e a Palestina permaneceram abertas e os hicsos formaram uma nova parceria comercial com os cushitas, que haviam conquistado terras ao norte ate a primeira catarata em Abu (Elefntina). Os cushitas tinham uma nação e uma cultura distintas e estabeleceram uma bela capital em Kerma.
As relações entre o Alto e o Baixo Egito continuaram bastante amistosas até que Apaphis III, um governante hicso, fez um insulto a Tao II, líder de Waset (Tebas). Em retaliação, Tão II invadiu o território dos hicsos e, com a ajuda de mercenários núbios, iniciou uma guerra. Tão II morreu em combate, mas seu filho Kamósis continuou a luta. Quando ele foi morto, seu irmão Amosis I encerrou a guerra, expulsando os hicsos de volta para a Ásia e, uma vez mais, unificando o Egito sob um único governante.
O breve período de governo hicso teve efeitos duradouros sobre a cultura egípcia. Eles introduziram o bronze, um metal muito mais resistente e versátil que o cobre. Esse novo metal foi usado em armas como adagas e espadas. A contribuição mais famosa dos hicsos foi o carro de guerra puxado por cavalos.
Os hicsos fizeram ainda outras contribuições. É atribuído a eles o crédito de ter introduzido o tear vertical, que melhorou a indústria têxtil; instrumentos musicais como a lira, o oboé e o tamborim; e novos alimentos, Omo a romã e a azeitona.



Novo Império
18a a 20a Dinastias
1550-1064 a.C.



18a Dinastia 19a Dinastia 20a Dinastia
Ahmose Ramses I Setnakht
Amenhotep I Seti I Ramses III
Thutmose I Ramses II Ramses VI
Thutmose II Merenptah Ramses V
Hatshepsut Amenmessu Ramses VI
Thutmose III Seti II RamsesVII
Amenhotep II Saptah Ramses VIII
Thutmose IV Tausret Ramses IX
Amenhotep III Ramses X
Amenhotep IV Ramses XI
Neferneferuaten
Tutankhamon
Ay
Horemheb

Amósis começou o Novo Império da mesma forma como encerrou o Segundo Período Intermediário: Com guerra. Depois de expulsar os hicsos do Egito, ele voltou-se para o sul a fim de tomar partes da Núbia. Restabeleceu a capital em Waset (Tebas) e restaurou o forte na Núbia, em Buhen. Com o apoio de seus militares, Amosis também destituiu os monarcas locais de boa parte de seu poder, limitando-os ao governo de cidades e aldeias. A atividade militar de Amosis definiu o tom para boa parte do Novo Império. O Egito tornou-se uma força imperial, expandindo suas fronteiras para dentro da Ásia.
Essa primeira parte da Décima Oitava Dinastia, porém, também enfrentou alguns problemas internos. A rainha Hatshepsut, mãe de Tutmés (ou Tutmósis) III, usurpou o trono enquanto ele ainda era pequeno e governou o Egito assumindo todos os adereços de um faraó, inclusive a falsa barba cerimonial. Hatshepsut manteve o império e construiu muitos templos e monumentos, destacando-se entre eles seu templo mortuário em Deir el-Bahri.
Mais tarde na Décima Oitava Dinastia, o Egito passou por uma mudança radical. Quando Amenófis IV subiu ao trono, mudou seu nome para Akhenaton e introduziu o monoteísmo no Egito. Ele cultuava o deus Aton, que era o Deus do Disco Solar, e estabeleceu uma nova capital chamada Akhenaton. Akhenaton fechou templos dedicados a todos os outros deuses e confiscou tudo que havia dentro deles. Também interrompeu expedições militares a outras terras e, com isso, boa parte do império egípcio foi perdido durante seu governo.
Embora o Egito tenha sofrido politicamente sob o comando de Akhenaton, as artes prosperaram. Uma nova forma de representação começou a ser usada, em que pessoas, até mesmo o próprio faraó, eram mostradas de modo mais realistas, com eventuais deformidades físicas plenamente à vista.
Quando Akhenaton morreu, o antigo sistema teológico foi restaurado e a capital voltou para Waset (Tebas). Após um breve reinado de vários faraós (entre eles Tutankhamon), Horemhab, um general do exército egípcio, assumiu o trono. Horemhab restaurou a ordem dentro das fronteiras do Egito e deu início ao trabalho de reconquista das terras egípcias perdidas. Antes de sua morte, indicou Ramsés I como herdeiro do trono.
O período ramessista teve início com a morte de Horemhab. Ramsés I transmitiu a capital do Egito de Tebas para uma nova cidade, Per-Ramsés, perto de Rowarty (Avaris). Neto de Ramsés I, o famoso Ramsés II (conhecido como "o Grande"), conquistou novas terras e assinou tratados com potências asiáticas. Ele também comissionou um grande número de projetos de construção e sua imagem era encontrada numa variedade de monumentos por todo o Egito.
As explorações militares de Ramsés II culminaram ma batalha de Qadesh, cujo relato é a primeira descrição detalhada conhecida de um grande combate. A batalha foi contra os hititas, e essa foi a primeira vez em que o Egito enfrentou um inimigo cujo poder era comparável ao seu. A Batalha de Qadesh poderia ter sido desastrosa para o exército egípcio. Em desvantagem numérica e estratégica, Ramsés II manteve o alto moral de suas tropas atacando agressivamente o inimigo. O exército egípcio foi poupado de uma derrota esmagadora pela chegada de reforços. Os dois lados lutaram até um impasse e, então, foi assinado um tratado dividindo a terra reclamada. Partes de ambas as cópias do tratado sobreviveram até hoje.
Com o Novo Império, os egípcios lutaram contra muitos inimigos, tanto conhecidos como desconhecidos. Além dos hititas, os mitanos e os babilônios rivalizaram com o Egito pelo controle da Ásia ocidental. Os povos do mar, que parecem ter sido um amálgama de várias culturas, entre elas os filisteus e os minóicos, também entraram no combate.
Enquanto os faraós conduziam expedições militares, a cultura doméstica continuava a prosperar. O Novo Império viu outra mudança nos costumes funerários. Como eram vítimas de constantes assaltos, as pirâmides foram abandonadas como sepultura dos faraós. Em vez disso, eles deram preferência a túmulos escavados em rochedos do Vale dos Reis. O Vale dos Reis é vizinho do Vale das Rainhas, que abrigava as esposas e filhos dos faraós, eram bem escondidos de possíveis ladrões de sepulturas. Para dar suporte ao contínuo trabalho de construção nos vales, foi fundada a aldeia de Deir el-Medina, que alojava os artesãos e operários que trabalhavam no Vale dos Reis. Boa parte do que sabemos sobe a vida do povo egípcio antigo vem de artefatos recuperados em Deir el-Medina.
O Nov Império também foi marcado por um grande aumento na atividade de construção. Os faraós mandaram erguer imensos exemplos por todo Egito. Esculturas também foram produzidas em grande escala e vários exemplares famosos ainda permanecem. Os Colossos de Mêmnon, por exemplo, são estátuas de Amenófis III com 20 metros de altura.
A arte continuou a prosperar e os artesãos começaram a trabalhar com faiança, um tipo de vidro. Eles moldavam o vidro para produzir recipientes e usavam a faiança para incrustações.



Depois do Novo Império



O Novo Império com o fim da Vigésima Dinastia. O equilíbrio do poder político na Ásia mudou, e o Egito, prejudicado por uma série de faraós fracos depois de Ramsés III, perdeu boa parte de suas terras. Os líbios, a oeste, estava invadindo cada vez mais o território egípcio, em busca de terras férteis. Internamente, os sacerdotes de Amon ganharam poder e acabaram por usurpar o trono.
Depois de governos tempestuosos de líbios e cushitas, os assírios invadiram o Egito e assumiram o controle. Ao contrário dos invasores estrangeiros anteriores, os assírios não adotaram o título de faraós e consideraram o Egito uma província de seu império. No entanto, eles não permaneceram no poder por muito tempo. Devido à turbulência contínua na Ásia, o Egito passou por muitas mãos e foi governado em diversos momentos por babilônicos e persas. Um egípcio, Nectanebo, viria a governar brevemente o Egito, que passaria outra vez para o domínio estrangeiro.


Período Ptolomáico
Dinastias Macedônica e Ptolomáica

332-30 a.C.



Dinastia Macedônica
332-304 a.C.

Alexandre III
Filipe Arrhidaeus
Alexandre IV

Dinastia Ptolomáica
304-32 a.C.

Ptolomeu I Sóter
Ptolomeu II Filadelfo
Ptolomeu III Evérgeta
Ptolomeu IV Filopator
Ptolomeu V Epifânio
Ptolomeu VI Filometor
Ptolomeu VII Neos Filopator
Ptolomeu VIII Evérgeta II
Ptolomeu IX e Cleópatra III
Ptolomeu X Alexandre I e Cleópatra III
Ptolomeu IX Sóter II
Cleópatra Berenice
Ptolomeu XI Alexandre II
Ptolomeu XII Neos
Ptolomeu XII Auletes
Cleópatra VII Filopator
Ptolomeu XIII
Ptolomeu XIV
Ptolomeu XV Caesarion


Em 332 a.C. Alexandre, o Grande, tomou posse do Egito sem luta. Durante sua breve estada, iniciou a construção de Alexandria, que nos próximos cem anos tornar-se-ia a maior e mais opulenta cidade do mundo, com um grande centro de aprendizagem da cultura clássica, além do mais rico e movimentado porto, com um farol que faz parte das sete Maravilhas do Mundo Antigo e uma biblioteca que reunia a maior coleção de manuscritos do mundo.
Após a morte prematura de Alexandre, um de seus generais, Ptolomeu, repartiu o império entre outros militares e ascendeu ao trono do Egito. Ptolomeu nomeou-se faraó e declarou a independ6encia egípcia. Surgiu então um novo período de florescimento para o país do Nilo.
Durante os 250 anos seguintes, o Egito foi governado como país independente, com seus próprios interesses, mesmo que esses não fossem o da população local.
Os primeiros Ptolomeus foram bons regentes, anexando novos territórios ao Egito (coisa que não era feita há séculos). Ptolomeu II era chamado de Filadelfo ("amante da irmã"), pois casou-se com a irmã Arsione. Ptolomeu III conquistou a Babilônia e a Pérsia, trazendo grandes tesouros ao Nilo. Mas, com o passar do tempo, esses gregos tornaram-se inescrupulosos a ponto de perder a maioria das possessões egípcias. Passou a predominar na família real uma brutalidade singular, em que os assassinatos eram constantes. Ptolomeu V conseguiu perder todos os territórios estrangeiros; para ele não era tão importante seu monumento na ilha de Philae que mandou esculpir seu nome em grego para que seus amigos o pudessem ler. Ptolomeu VIII só pensava em festa; decorou seu quiosque em Philae com cenas de banquetes e dos deuses tocando instrumentos. Ele matou seu próprio filho, cortou o corpo em pedaços e o enviou para a mãe do garoto como presente de aniversário. Ptolomeu XII era chamado de Auletes ("o tocador de flauta"), pois só gostava de tocar flauta e evitava os deveres como rei do Egito.
Este último era o pai de Cleópatra VII, a mais famosa mulher da história e uma excelente governante. Ela foi à única ptolomáica que se identificou com os egípcios e tinha a ambição de restaurar o poder faraônico e a influência de seu país sobre o resto do Mediterrâneo. No entanto, seus ideais de conquistas e ambições provocaram a ira do influente Império Romano em ascensão. Com a morte de Cleópatra, o Egito faraônico deixou de existir. O reino, sob o controle dos lágidas há três séculos, foi transformado em província romana e submetido aos decretos do Senado de Roma.


Período Romano
30 a.C. – 395 d.C.



Governantes Romanos

(Apenas os nomes daqueles que foram registrados em hieróglifos)


Augusto Geta
Tibério Caio (Calígola) Macrino
Cláudio Diadúmeno
Nero Severo Alexandre
Galba Gordiano III
Oto Filipe
Vespasiano Décio
Tito Galo e Volusiano
Domiciniano Valeriano
Nerva Galieno
Trajano Macriano e Quieto
Adriano Aureliano
Antonino Pio Probo
Marco Aurélio Diocleciano
Lúcio Vero Maximiano
Cómodo Galério
Sétimo Severo
Caracala

Com a morte de Cleópatra VII, o Egito faraônico morreu. Em 30 a.C. o imperador romano Augusto transformou o país em mera província romana. Embora tenha permitido que a cultura local fosse mantida, o povo já não adorava seus governantes como deuses. O único elo entre a cultura egípcia original e o Egito romano era a religião, mais precisamente o culto à deusa Ísis.
Em 395 d.C. esse único elo restante foi finalmente apagado. O imperador Constantino impôs o Cristianismo como a religião oficial do Estado. Assim, o Egito foi considerado uma província pagã. Seus sacerdotes (os remanescentes conhecedores da língua hieroglífica) foram mortos ou silenciados, e a língua egípcia com eles. Templos foram destruídos, imagens de deuses apagadas e esquecidas. O conhecimento profundo sobre o Egito Antigo só seria novamente revelado em 1922, com a tradução das linguagens hieroglíficas e demótica por Jean-François Champollion, através da Pedra de Roseta, encontrada pelas tropas de Napoleão.


Após a queda do Império Romano, os Árabes conquistaram o Egito e,desde então, ele se encontra como conhecemos hoje.





  Cidades Egípcias


A seguir têm-se os nomes das principais cidades do Antigo Egito mais importantes desde o começo até o fim de todo o "Império".


- Alexandria


Mais de 2000 anos atrás Alexandria era a capital e a maior cidade do Egito. Hoje, entretanto, foi ultrapassada pela cidade do Cairo em tamanho e importância; Alexandria é o porto marítimo mais avançado do Egito e sua segunda maior cidade. Estradas, trens, e linhas aéreas conectam esta cidade com o Cairo.
Alexandre, o Grande, conquistou e fundou Alexandria em 322 a.C. A cidade litorânea foi projetada para controlar o comércio no Mediterrâneo entre a Grécia, que era o centro do império de Alexandre e a nova província egípcia capturada. Depois da morte de Alexandre, em 323 a.C., os generais deles dividiram o Egito em três dinastias principais.



Farol de Alexandria:
Uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo


Ptolomeu assumiu o governo do Egito com Alexandria como sua capital. Sob a Dinastia Ptolomaica, Alexandria era um porto muito movimentado e um centro difusor da cultura grega. Um farol foi construído na entrada do porto; tinha uma altura aproximada de 120 metros e foi considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo. A cidade era um centro renomado de ensino.
Euclídes escreveu seu texto sobre geometria em Alexandria, ficando conhecida como geometria euclidiana. A biblioteca da antiga Universidade (chamado de Museu, isto é, casa das Musas) guardou meio milhão de manuscritos, a maior coleção de escritos clássicos da antigüidade.
Na era Cristã, Alexandria logo desfrutou de proeminência no mundo romano como o centro difusor do Cristianismo. Muitos cristãos se mudaram para o deserto para viver como ermitões; depois, estes homens se uniram para formar comunidades monásticas poderosas.
A grandeza da Alexandria antiga terminou com a conquista árabe em 624 d.C. Os árabes construíram uma capital nova, Cairo, e negligenciaram a cidade mais velha, Alexandria. O Islã substituiu o Cristianismo como a religião principal.


- Giza



É um subúrbio da capital egípcia. A sudoeste da cidade encontram-se as três grandes pirâmides dos faraós: Khufu, Khafre e Menkaure que datam da 4ª Dinastia, aproximadamente 2613 a 2494 a.C. Outros monumentos incluem a Esfinge, pirâmides menores, tumbas e templos. As indústrias de Giza são diversas.
Durante o domínio muçulmano, Giza era parte de uma linha de defesa do império, juntamente com a ilha de Rodes e com o Cairo.


- Tanis


Cidade do Egito Antigo localizada no delta oriental do Nilo, era o principal porto marítimo e a capital do Egito na 21ª Dinastia. A cidade permaneceu importante até que a inundação do Lago Tanis (agora lago Mazala) acarretou seu abandono gradual durante o 4º século d.C Em 1866 o egiptologista alemão Karl Lepsius achou, em Tanis, uma inscrição conhecida como o Decreto de Canopus; como a Pedra de Rosetta, foi escrito em hieroglífico e em grego.


- Tebas



Capital do Egito Antigo, Tebas aumentou sua importância quando serviu como lar para várias famílias reais da 11ª Dinastia. Apesar dos reis da 12ª Dinastia morarem em Menphis, continuavam a honrar o deus de Tebas, Amon, e tornou-se novamente a capital do Império Egípcio durante as 17ª e 18ª Dinastias. Os reis da 19ª e 20ª Dinastias viveram mais ao norte mas, mesmo assim, continuaram a dedicar sua atenção à Tebas. Como o império começou a enfraquecer (1200 a.C.), Tebas, que era controlada por sacerdotes militaristas, foi dominada pelos assírios em 661 d.C. Tebas continuou sendo um centro importante até o domínio grego, mas, depois disso, recuou e agora consiste nas aldeias de Luxor e Karnak.
Em Luxor localizam-se o famoso Colosso de Amenhotep III, o Vale dos Reis e Rainhas, o Ramesseum e outros templos do necrotério real, e as tumbas finamente enfeitadas de altos funcionários do Egito Antigo.
Alguns monumentos de Tebas são muito bem preservados. O Templo de Amon, em Karnak, é o maior, cobrindo cerca de 133 acres e representando quase 2000 anos de construção egípcia.



  Sociedade

No Egito, a sociedade se dividia em algumas camadas, cada uma com suas funções bem definidas. Nessa sociedade a mulher tinha grande prestígio e autoridade.




Pirâmide social do Egito Antigo




Os Faraós eram Reis e Deuses



No topo da pirâmide vem o faraó, com poderes ilimitados. Isso porque ele era visto como uma pessoa sagrada, divina, e aceito como filho de deus ou como o próprio dês. É o que se chama de governo teocrático, isto é, governo em nome de deus.
O faraó era um rei todo-poderoso, proprietário do país inteiro. Os campos, os desertos, as minas, s rios, os canais, os homens, as mulheres, o gado e todos os animais – tudo lhe pertencia. Ele era ao mesmo tempo rei, juiz, sacerdote, tesoureiro, general. Era ele que decidia e dirigia tudo, mas, não podendo estar em todos os lugares, distribuía encargos para centenas de funcionários eu o auxiliavam na administração do Egito. A sagrada figura do faraó era elemento básico para a unidade de todo o Egito. O povo via no faraó a sua própria sobrevivência e esperança de sua felicidade.





Os Sacerdotes



Os sacerdotes tinham enorme prestígio e poder, tanto espiritual quanto material, pois administravam as riquezas e os bens dos grandes e ricos templos. Eram também sábios do Egito, guardadores dos segredos das ciências e dos mistérios religiosos relacionados com seus inúmeros deuses.




A Nobreza



A nobreza era formada por parentes do faraó, altos funcionários e ricos senhores de terras.




Os Escribas



Os escribas, provenientes das famílias ricas e poderosas, aprendiam a ler e a escrever e se dedicavam a registrar, documentar e contabilizar documentos e atividades da vida do Egito.




Os artesãos e Comerciantes



Os artesãos trabalhavam especialmente para os reis, para a nobreza e para os templos. Faziam belas peças de adorno, utensílios, estatuetas, máscaras funerárias Trabalhavam muito bem com madeira, cobre, bronze, ferro, ouro e marfim. Já os comerciantes se dedicavam ao comércio em nome dos reis e nobres ou em nome próprio, comprando, vendendo ou trocando produtos com outros povos, como cretenses, fenícios, povos da Somália, da Síria, da Núbia, etc. O comércio forçou a construção de grandes barcos cargueiros.




Os Camponeses



Os camponeses formavam a maior parte da população. Os trabalhadores dos campos eram organizados e controlados pelos funcionários do faraó, pois todas as terras eram do governo. As cheias do Nilo, os trabalhos de irrigação, semeadura, colheita e armazenamento dos grãos, obrigavam os camponeses a trabalhos pesados e mal remunerados. O pagamento geralmente era feito com uma pequena parte dos produtos colhidos e apenas o suficiente para sobreviverem. Viviam em cabanas humildes e vestiam-se de maneira muito simples. Os camponeses prestavam serviço também nas terras dos nobres e nos templos. O Egito ra essencialmente agrícola, pois não sobrava terra e vegetação suficiente para criar muitos rebanhos. À custa da pobreza dos camponeses era cultivado trigo, lentilhas, árvores frutíferas e videiras. Faziam pão, cerveja e vinho. O Nilo oferecia peixes em abundância.




Os Escravos



Os escravos eram, na maioria, capturados entre os vencidos nas guerras. Foram duramente forçados ao trabalho nas grandes construções, como nas pir6amides, por exemplo.



  Faraós
O Antigo Egito era governado por faraós que, além de monarcas, eram considerados deuses. Eles eram donos de todas as terras do Egito que eles governassem (isso se deu devido à separação do Alto e do Baixo Egito, surgindo assim dois faraós) e de toda a produção agrícola. Esses reis são divididos em dinastias que se sucederam nas várias épocas da história egípcia.
O Egito era dividido em dois: o Baixo Egito, no delta do Nilo, mais poderoso e ligado ao comércio, e o Alto Egito, essencialmente agrícola. Durante as primeiras dinastias, os mandatários do Baixo Egito usavam uma coroa vermelha e os do Alto Egito uma coroa branca. A coroa azul era usada como escudo de guerra.

Coroa vermelha do Baixo Egito

Coroa branca do Alto Egito

Coroa da unificação do Alto e Baixo Egito

Coroa azul usada durante a guerra


Um dos primeiros faraós a ser desvelado para o mundo atual foi Menes (sua tumba foi descoberta em 1897).
Os monarcas casavam-se com membros da própria família real porque não queriam dividir o poder com outros clãs. Thutmose II casou-se com sua meia-irmã Hatshepsut. Entretanto, o faraó teve um filho, Thutmose III, com uma outra esposa; quando Thutmose II morreu o filho dele, Thutmose III se tornou faraó. Porém, Hatshepsut foi designada regente por causa da pouca idade do menino (o regente governava para o faro caso lê ainda não tivesse idade para ocupar o cargo).
Hatshepsut e Thutmose III governaram juntos até que Hatshepsut se declarou faraó. Vestida em trajes masculinos, Hatshepsut administrou os negócios da nação.
Thutmose III revoltou-se e tomou trono à força, matando Hatshepsut destruindo todos os santuários e estátuas que homenageavam a antiga governanta.
Ahkenaton e a sua rainha Nefertiti implantaram o monoteísmo no Egito, obrigando a adoração a Aton, o deus Sol. Eles construíram grandes estátuas a Aton e ordenaram que estátuas que honrassem qualquer outro deus fossem destruídas. Após a morte do casal real, politeísmo voltou a tona.
Tutankhamon só tinha nove anos quando se casou com a filha de Akhenaton e Nefertiti. O "rei menino" nunca se tornou um "rei adulto" porque morreu devido a uma pancada na cabeça provocada, provavelmente, por disputas pelo trono real.
Sob o domínio dos romanos, cabe ressaltar a mais famosa





Reis Egípcios

Abaixo segue uma lista com os nomes dos principais regentes do Antigo Egito, que deixaram suas marcas permanentes na história.


- Akhenaton


Quando Amenófis IV (Akhenaton) recebeu a coroa, ele se deparou com um excessivo poder clerical. Os sacerdotes de Heliópolis desejavam que Rá fosse o deus-supremo de seu reinado; os hierofantes de Mênfis, por sua vez, desejavam Ptah e os de Tebas, Amon.
Amenófis IV, tentando neutralizar o poder religioso dos sacerdotes, não escolheu nenhum dos deuses sugeridos, mas sim, um deus até então secundário, Aton ("Raios do Sol").
O conflito com os sacerdotes de Amon foi tão grande que Amenófis IV muda a capital do Egito e confisca todos os bens dos templos de Amon e repassa-os para Aton. Ele próprio muda seu nome, retirando Amon (Amenófis IV) e colocando Aton (Akhenaton).



Akhenaton, Nefertiti, e suas duas
filhas prestando homenagem a Aton
(Deus-Sol)



As reformas propostas por Akhenaton visavam a implantação do monoteísmo no Egito, em substituição ao panteão de deuses até então existentes. Imagens e inscrições de outros deuses foram todas destruídas, além do mais, a transferência da capital do país de Tebas para Akhetaton, foi uma forma de pressionar o povo a abandonar o politeísmo.
As reformas de Akhenaton não sobreviveram por muito tempo. Todo o tempo dele era dedicado à implantação das mudanças religiosas ocorrendo, daí, uma desintegração do Egito como império. Isto, combinado com a oposição dos sacerdotes politeístas, provocou o enfraquecimento de seu reinado.
Depois da morte de Akhenaton, a capital do país voltou a ser Tebas, bem como, os deuses anteriores restabelecidos.
Cabe ressaltar que Aton, idealizado por Akhenaton, foi o primeiro deus verdadeiramente ecumênico, não apenas dos egípcios, mas de todos os homens. Em última análise, Akhenaton tinha uma visão mais holística que Moisés, que pregava um deus único pertencente aos hebreus somente.
Akhenaton é considerado o fundador da Ordem Rosa-Cruz.

- Cleópatra VII


Cleópatra VII, rainha do Egito, foi uma das mulheres mais fascinantes de todos os tempos. Ela tinha grande inteligência e beleza, usando-as politicamente em favor do Egito. Cleópatra assumiu o trono em 51 a.C.
Em 48 a.C César desembarcou no Egito em perseguição ao seu rival, Pompeu. Quando Cleópatra soube que César estava em seu palácio em Alexandria, ofereceu um tapete como um presente.
Cleópatra teve com César um filho chamado Cesário, que significa "pequeno César". Quando César voltou a Roma, ela o seguiu com o bebê e morou na vila de César fora de Roma onde ele constantemente a visitava.
Cleópatra voltou ao Egito, em 44 a.C., após o assassinato de César. Cleópatra nomeia seu filho Cesário como novo faraó após a morte do regente egípcio, provavelmente envenenado por ela.
O Império Romano foi tomado pela guerra civil que se seguiu após a morte de César. Marco Antônio, sucessor no trono romano, chamou Cleópatra para responder sobre um suposto auxílio que ela estava dando aos seus inimigos. A rainha chegou, vestida como Ísis, numa barcaça magnífica; ela deu boas-vindas a Marco Antônio com festas e entretenimentos. Fascinado por ela, ele a seguiu até Alexandria.
Depois de um inverno festivo com Cleópatra, Marco Antônio voltou a Roma. Ele se casou com Octávia, irmã de Otaviano (depois chamado de Augustus), contudo, ele ainda amava Cleópatra.
Otaviano descobriu a relação entre Marco Antônio e Cleópatra e declarou guerra aos dois. Marco Antônio e Cleópatra juntaram 500 navios, que ficaram bloqueados por Otaviano ao largo da costa oeste da Grécia, em 31 a.C., fato este, conhecido como Batalha de Actium.
Cleópatra escapou do bloqueio e Marco Antônio a seguiu, mas a frota deles se rendeu. No ano seguinte, Otaviano atacou Alexandria e novamente derrotou os dois.
Marco Antônio morreu nos braços de Cleópatra e ela, após, cometeu suicídio através da picada de uma serpente venenosa.

  • Tutankhamon
Ele só tinha 18 anos quando morreu. Tutankhamon (originalmente Tutankhaton) deve sua fama principalmente ao fato da descoberta de sua tumba completamente intacta em 1922. Os artefatos notáveis da tumba, inclusive a sua máscara funerária, estão à mostra no Museu Egípcio do Cairo.



Máscara funerária de Tutankhamon

Tutankhamon era possivelmente o filho de Amenófis IV e de sua esposa Nefertiti. Tutankhamon se tornou faraó após a morte do pai (1362 a.C.) e se casou com sua meia-irmã Ankhesenamon, para solidificar a sua ascensão ao poder.
A morte de Tutankhamon foi súbita e surpreendente, ao deixando nenhum herdeiro. Ele foi enterrado no Vele dos Reis, em Luxor.
Ankhesenamon, viúva de Tutankhamon, manda uma carta ao rei hitita Suppiluliuma onde relata suas preocupações:


"… o meu consorte morreu sem deixar herdeiros. Tu, pelo que se diz, tem muitos filhos. Se aceitas enviar-me um dos Teus filhos, Ele será o meu esposo e o Rei do Egito. Jamais me sujeitarei a desposar um dos meus servos e tenho medo dos demais…"


Zannanza, filho do rei hitita, foi enviado para casar com Ankhesenamon, mas foi morto ao ingressar em terras egípcias. Como o prazo de setenta dias necessários para o sepultamento de Tutankhamon tinham se passado e não havia nenhum herdeiro legal, Ay, o vizir de Tutankhamon casou-se com Ankhesenamon, sendo ele, provavelmente responsável pela morte do príncipe hitita e de Tuthankhamon, em sua ambição de chegar ao poder do Egito.
Das 60 tumbas do Vale dos Reis só a de Tutankhamon não foi descoberta e seus tesouros roubados. Não foi descoberto mais cedo em parte porque o nome dele, junto com o de outros faraós da mesma dinastia, estavam ausentes das listas reais da 19a Dinastia.



Foto do encosto do trono real de Thutankhamon, onde retrata
ele e sua mulher Ankhsenamon sendo atingidos pelos raios solares.





- Djoser



Era o segundo rei da 3a Dinastia, filho de Khasekhem (Khasekhemwy). Também conhecido como Netjerykhet, ele regeu durante quase duas décadas e construiu a pirâmide de Saqqara, projetada pelo seu vizir Imhotep. Durante o seu reinado, o Egito enfrentou sete anos de escassez de água e Djoser pediu ajuda a Imhotep para solucionar o problema; seu Sumo-Sacerdote sugeriu que ele erguesse um templo ao deus Khnum em Elefantino. Assim que o templo ficou pronto, milagrosamente, a escassez de água terminou, e Djoser e Imhotep foram imortalizados por esse ato de fé.


- Ramses II



Da sua vida pessoal, quase nada se sabe. A sua primeira e favorita rainha foi Nefertari. O fato de, em Abu Simbel, o mais pequeno lhe ter sido dedicado, e à Deusa do Amor, mostra o afeto que existiu entre eles. Ela parece ter morrido comparativamente cedo, no reinado, e o seu belo túmulo, no Vale das Rainhas, em Tebas, é bastante conhecido.
Outra função dos faraós era travar batalhas constantes contra os invasores do Alto e do Baixo Egito. Quatro anos após Ramses II ter sucedido seu pai, Seti I, aos 25 anos, os inimigos de sempre dos egípcios, os Hititas, invadiram o Baixo Egito pelo norte. O inexperiente faraó juntou rapidamente um exército de 20000 homens, e marchou para a faixa de Gaza para enfrentar um exército hitita com quase o dobro de soldados. A batalha acabou, em termos territoriais, igual. Depois de muitas mais escaramuças, durante cerca de quinze anos, o sucessor de Muwatalli, Hatuusilis III, pediu um tratado de paz, que o Egito aceitou.
Este tratado durou o resto da vida de Ramses. No entanto foi muito ajudado pelo se casamento com Maat-Hor-Neferure em 1246 a.C., casamento este que por pouco não se realizava por causa de divergências quanto ao dote. Sabe-se também que, mais tarde, o faraó casou com outra filha do rei Hitita cujo nome se desconhece.
Numa época em que a expectativa de vida era, em média, de 40 anos, Ramses deve ter parecido quase imortal ao viver até os 92 anos, idade em que, finalmente e faraó vai para o "Mundo de Osíris".




Múmia de Ramses II







Estátua de Ramses II

 
Religião

Segundo a gênese egípcia, o mundo primordial era composto de um oceano primitivo (Num) e um botão de lótus, que continha Rá (deus sol). Rá ao se libertar, iluminou todo o Caos inicial e originou seus dois filhos divinos: Shu, o deus do Ar, e Tefnet, a deusa da Umidade. Deles nasceram Gheb, deus da Terra, e Nut, deusa do Céu. Gheb e Nut tiveram quatro filhos: Osíris, Seth, Ísis e Néftis.

Num

A religião foi uma instituição dominante em todos os aspectos da vida egípcia. A princípio, foi acentuadamente politeísta; cada localidade possuía seus próprios deuses. A unificação política do país reduziu os inúmeros deuses locais a um conjunto de grandes deuses nacionais, no qual se destacam: Ptah, representado pelo boi Ápis; Hórus, filho do casal Osíris e Ísis, deus do céu e tronco da monarquia faraônica; Anúbis, deus do vale dos mortos e da mumificação; thoth, deus da escrita e do tempo; Maat, deusa da justiça; Nut, divindade celeste; Hathor, deusa da magia, entre outros.
A divindade mais popular era Osíris. Simboliza, muitas vezes, o próprio Nilo e seu nome estava ligado a uma lenda na qual seu irmão Seth o assassinara, reduzindo-lhe o corpo em pedaços. Recuperando a vida, graças a sua esposa Ísis, passou a habitar a morada dos deuses, onde julgava os mortais de acordo co suas ações na terra, no Tribunal de Osíris.
A tentativa de implantação do monoteísmo na religião egípcia foi feita por Amenófis IV, criando um novo culto que personificava todos os deuses em um único, Aton, representado pelo disco solar. Amenófis IV chegou a mudar a capital (Tebas) para uma nova cidade. Ikutaton – "horizontes de Aton", a fim de dominar completamente o poderoso clero tebano devotado ao antigo culto de Amon-Rá.
Com morte prematura de Amenófis IV, a reação sacerdotal contra a nova concepção religiosa fez-se sentir bem forte. Foi restaurado o culto a Amon-Rá, sendo que o sucessor de Amenófis IV trocou o nome de Tutankhaton para Tutankhamon.

 


Deuses

Anúbis: o deus-chacal, protetor do embalsamamento, curandeiros, e cirurgiões; na cura e em cerimônias de mumificação, Anúbis era a deidade protetora que preparava o morto e curava o vivo. É considerado que Anúbis é o grande deus-necrópole. Anúbis era uma deidade com a cabeça de chacal, que presidiu em cima do processo de embalsamamento e acompanhava reis mortos no pós-mundo. Quando os reis estavam sendo julgados por Osíris, Anúbis colocava os corações deles em um lado de uma balança e uma pena (representando Maat) no outro. O deus Thoth registrava os resultados que indicaram se o re poderia entrar no pós-mundo. Ele era o "senhor da Terra do Silêncio de Ocidente, a Terra dos Mortos, o preparador do caminho para o outro mundo".

Anúbis


Osíris: a história de Osíris pode ser interpretada de várias maneiras: primeiramente, nos relatos da criação do mundo, sua geração é a ultima a nascer e não representa mais elementos materiais do mundo (espaço, luz, terra, céu...). Osíris é rei, esposo e pai: ele representa a existência das estruturas normais da sociedade humana. Outra versão: Osíris morto, destruído e ressuscitado evoca o retorno da cheia todos os anos, a morte, o renascimento da vegetação e dos seres humanos. Por essa razão, ele é o deus dos mortos e do renascimento.
  Osíris

Hórus: após encontrar o corpo de Osíris, Ísis tenta restituir-lhe a vida abanando suas asas sobre o marido. Nesta tentativa, a deusa é fecundada divinamente e fica grávida de Hórus.
Na maioridade, Hórus reúne os fiéis súditos de seu pai e sai à procura de seu tio Seth, assassino de seu pai. Quando se encontram, lutam por três dias e três noites. Derrotado, Seth arranca o olho esquerdo de Hórus e a Lua deixou de brilhar no Egito.
Ísis, que era irmã de Seth, pediu que Hórus poupasse a vida de seu tio mas, como resposta, teve sua cabeça decepada pela ira do filho. Thoth intervém no conflito curando Ísis e Seth, bem como, restituiu o olho perdido de Hórus. O conflito é resolvido num tribunal presidido por Thoth que durou oitenta anos.
Escaravelho de Hórus
Como sentença final, Thoth deu o Baixo Egito para Hórus e o Alto Egito para Seth.
No solstício de inverno, a imagem de Hórus, sob forma de menino recém-nascido, era retirada do santuário para ser exposta à adoração da multidão.
Era considerado id6entico e feito "da mesma substância de seu pai, Osíris". Hórus é uma divindade solitária, não possuindo uma contrapartida feminina. Assim como seu pai, estava relacionado ao juízo das almas no mundo inferior, apresentando as almas ao Juiz Divino.
Hórus



Uma antiga oração para Hórus:

"Por ele o mundo é julgado naquilo que contém. O céu e a Terra encontram-se sob sua presença imediata. Governa todos os seres humanos. O Sol dá volta segundo sua vontade. Produz abundância e a distribui pela Terra. Todos adoram sua beleza. Doce é seu amor em nós".
Olho de Hórus




Hathor: deusa de muitas funções e atributos; representada, freqüentemente, como uma vaca ou uma mulher, ou como uma mulher com cabeça-vestido cornudo; o "Um Dourado"; era cultuada em Mênfis, Cusae, Guebelein, Dendera; é a deidade protetora da região mineira do Sinai; identificada, pelos gregos, com Afrodite. Fora enviada por Rá para limpar a terra. Depois matar todos que são opositores de rá, ela pediu para descansar e se tornou o equivalente à forma grega de Afrodite, a deusa do amor, fertilidade, mulheres, e também a protetora. Há muitos mitos que cercam a deusa Hathor.




Hathor


Maat: deusa da verdade, direito e conduta em ordem; representada como uma mulher com uma pena de avestruz na cabeça. É dito que no julgamento do morto, ela segura as balanças que pesam o coração humano. Maat é a deusa da verdade e da justiça.
Maat nos lembra que o que fizermos aos outros, a nós será feito". É Maat, que protege os tribunais.
Maat


Néftis: irmã de Ísis; uma das quatro deusas protetoras que defendiam os caixões e o Canopus; com Ísis, agiu como lamentadora para Osíris e conseqüentemente para outras pessoas mortas; representada como uma mulher. Néftis é a filha de Nut, irmã de Ísis e esposa de Seth, o deus da desordem. Porém, as lealdades dela se fez inválidas, pois deitou-se com Osíris, com quem ela teve uma criança, Anúbis.
Quando seth descobriu quem era o pai, ele assassinou Osíris, e Néftis uniu-se a Ísis na procura do corpo de Osíris. Junto com a irmã dela, Ísis, ela ajuda e protege os mortos. Ela é representada como uma fêmea com um hieróglifo do nome dela em sua cabeça.


Néftis


Ptah: era o deus protetor da antiga capital do Egito, Mênfis, sendo o criador das artes. É venerado pelos trabalhadores manuais, particularmente pelos ourives. Tem como esposa a deusa guerreira Sekmet e por filho o deus Nefertum. Ptah criou o mundo pela sua palavra após concebe-lo em pensamento.

 Ptah



Rá: o primeiro dos deuses, criado a partir do cós inicial (Num), ele emergiu da escuridão numa flor de lótus. Esta flor ao abrir-se, liberou toda a luminosidade de Rá, iluminando tudo que existia. Também era conhecido como Amon-Rá, o deus Sol.
Foi um os deuses mais cultuados no antigo Egito. Amon e considerado o Sol espiritual do mundo, cheio de mistérios e senhor do Universo.

Amon produziu-se a si mesmo, sendo, portanto, "incriado". Criou a bondade no mundo em contrapartida ao mal produzido por Seth. Este deus criou o mundo e o mantém vivo com a cama ardente de seu calor solar.


Oração para Rá:

"Senhor dos tronos da Terra... Senhor da verdade, Pai dos deuses, Criador do Homem, Criador dos animais. Senhor da existência, Iluminador da Terra, que navega tranqüilamente nos céus... Todos os corações se abrandam ao contemplá-lo, Soberano da vida, da saúde e da força! Adoramos teu espírito, o único que nos criou."

Rá teve dois filhos: Chu e Tefnet. Depois que Rá ficou muito velho, deixou a coroa do Egito para seu filho Chu, que não teve a mesma capacidade de governar do pai. Chu não tem um papel de destaque na mitologia egípcia.
Chu casou-se com sua irmã Tefnet. Eles tiveram um casal de filhos que estavam predestinados a se apaixonarem, Nut e Gheb (pais de Osíris, Ísis, Seth e Néftis).
A irmã-esposa de Chu, Tefnet, era uma pálida sombra de seu marido e, freqüentemente, era representada como uma mulher com a cabeça de um leopardo.
Tefnet

Em um mito, um dos poucos onde ela é caracterizada, Tefnet se torna um leopardo e deixa sua casa divina nos céus e dirige-se para o Egito. Lá, ela encanta a terra e bebe profundamente o sangue das pessoas; somente a esperteza de Thoth faz com que ela volte aos céus. O povo do Egito celebrava este dia em um grande festival.
Rá costuma ser representado por um disco solar entre duas serpentes ou entre as asas de um falcão.

Uma lenda relata que Rá reinava num esplendido palácio no Egito iluminando a todos com seus raios solares e, à noite, brilhava no reino das trevas (Duat). Mas com o passar dos anos, ele ficou cada vez mais velho e sua popularidade entre seus súditos começou a declinar.
Rá indignado com os egípcios, resolveu punir a todos e convocou uma reunião na qual estavam presentes todos os deuses de seu panteão. Com medo da ira de Rá, a população fugiu para o deserto; o soberano chamou à sua presença a deusa Hathor e transformou-a em Sekhmet, deusa da guerra com cabeça de Leão, que iniciou uma matança geral no Egito.
Sekhmet ficou fora de controle de Rá, temeroso de que ela iria eliminar toda a humanidade, mandou que suas escravas preparassem uma cerveja com grãos vermelhos. A deusa da guerra pensando que fosse sangue bebeu este líquido e embreagou-se, não reconhecendo mais os homens. Dessa forma, Rá salvou a humanidade das mãos da terrível Sekhmet.
Rá, desgostoso de reinar, resolve subir aos céus e chama Num para ajudá-lo. Num transforma a deusa Nut numa vaca que, sustentada pelo deus do ar Chu, leva Rá para a morada dos deuses.
Rá devia combater todos os dias a serpente do mal Apópis, que representava as trevas e as tempestades; ele triunfava sempre, entretanto, nos dias que vacilava na luta, acontecia o eclipse solar (domínio de Apópis).


Ísis: Ísis é conhecida como a mãe divina e como esposa de Osíris e mãe de Hórus; Ísis é uma das quatro grandes deusas da proteção (Bastet, Néftis, e Hathor), guardando caixões e Canopus. Ísis é a irmã de Néftis com quem ela agiu como um Mourner divino para o morto e é divinamente representado pelo Ankh. No Novo Império, Filae era a principal região para o seu culto. Ela é também conhecida como a Rainha do Céu (semelhante a Astarde) e regimenta em cima de todos os assuntos relativos a vida, maternidade e feitiçaria. No mito da origem de Rá e o mundo, foi escrito que ela descobriu o nome de Rá encantando uma serpente venenosa para morde-lo. A serpente mordeu Rá e Ísis só poderia cura-lo se soubesse o verdadeiro nome de Rá. Sabendo o nome de Rá, ela teve poder igual ao dele e era, então, determinado todo o poder mágico dela e era conhecida como a feiticeira divina.
Outros dos mitos relacionam Ísis, Osíris e Hórus. Neste mito, Seth mata Osíris e difunde o corpo dele em dezesseis pedaços ao redor do mundo. Ísis vai achar estes pedaços enquanto ela está agüentando hórus. Durante este tempo, Osíris se tornou o senhor dos mortos. Hórus nasceu e foi vingar a morte de seu pai matando seth. Ísis viveu dali em diante como uma lamentadora divina na terra e no céu.

Ísis


Seth: o deus das tempestades e violências; identificado com muitos animais, inclusive o porco, asno, e hipopótamo; representado como um animal do tipo não identificado; o irmão de Osíris e assassino do mesmo; o rival de Hórus; comparado pelos gregos com Tifon. Seth é o descendente de Gheb e Nut. Como o deus da desordem, ele era responsável por matar o irmão dele, Osíris. No dualístico conceito egípcio do cosmo, Seth é colocado em justaposição com Hórus, o deus que regeu a terra com a ordem e estabilidade. Seth é uma deidade animal com uma conversa curvada, orelhas altas e uma cauda ereta com uma seta na ponta. O animal que ele representa não foi identificado. Ele às vezes é retratado com um corpo humano e uma cabeça de pássaro comprida, semelhante em aparecimento com o deus Thoth.

Seth

Thoth: é o deus da sabedoria e do mistério. Permanece imutável desde a sua origem, ao contrário dos outros deuses que sofreram alterações no decorrer das dinastias egípcias.
É o deus escrevente, o juiz, cuja sabedoria e autoridade é marcante sobre todos os outros deuses. Ele anota todos os pensamentos, palavras e ações dos homens durante a sua vida e as pesa na balança da justiça divina (carma).



Thoth




Bastet: uma deusa-gato cujo o culto a ela era feito em Bubastis no Delta; no Novo império, era considerada uma deidade beneficente. Ela foi vista como a protetora dos gatos, de mulheres, e proteção. Uma Deusa-gato, Bastet representa os aspectos mais protetores da maternidade, comparada com a agressiva deusa-leão Sekhmet. Com um corpo de uma mulher e a cabeça de um gato, ela é vista segurando, freqüentemente, um sistrum.

.Bastet




Bes: uma deidade-anã com características leoninas. Visto como um deus doméstico. Protetor contra serpentes e vários terrores; o ajudante de mulheres nos nascimentos de crianças. Este Deus-anão tem uma grotesca face máscara-igual e lábios protraídos. Ele que leva, freqüentemente, instrumentos musicais, facas ou hieróglifos representando proteção. Apesar do aparecimento dele, Bes é um protetor da família e é associado com sexualidade e parto.
Bes

Apedemak: deus sudanês da guerra. Descrito com cabeça de um leão e corpo de humano. O elefante e o gado eram sagrados para ele.
Apedemak


Selkhet: uma deusa-escorpião, identificada com o calor abrasador do Sol; uma das quatro "deusas-protetoras" guardando caixões e Canopus; às vezes é mostrada como mulher com um escorpião na cabeça. Ela é a protetora do Canopus com figura de falcão. Ela era ajudada por Ísis, Néftis e Neith.


Selkhet




Neith: deusa de Sais; representada como uma mulher que usa a coroa vermelha; o emblema dela é um escudo com setas cruzadas; umas das quatro "deusas-protetoras" no qual defendia os caixões e Canopus; identificada pelos gregos como Atenas. Uma deusa com a guerra e suavidade, Neith é uma personagem importante do culto funerário, junto com Ísis, Néftis e Selknet. Ela é descrita, normalmente, usando uma coroa vermelha do Baixo Egito.

Neith


Khnum: deus-carneiro de Elefantino, deus da região-catarata; pensou ter moldado o homem na roda de um oleiro. Um cornudo-forte, Deus-carneiro, que é descrito criando, freqüentemente, os humanos na roda, Khnum emergiu de duas cavernas no mundo subterrâneo no oceano de Num. Ele era o deus da Primavera Catarata do Nilo no Alto Egito e controlava a fertilidade enviando para a metade das águas do rio para o sul e outra para o norte.

Khnum





Sobek: deus-crocodilo, muito venerado no Baixo Egito, nos nomos próximos às margens do Nilo.
Sobek




Nekhbet: deusa-abutre protegia com suas asas os soberanos do Alto Egito.


Nekhbet





Ureu: Deusa-serpente venerada no Baixo Egito.
Ureu





Sekhmet: uma deusa-leão adorada na região de Mênfis; a esposa de Ptah; ela leva a destruição aos inimigos de Rá. Sekhmet é descrita como uma mulher com a cabeça de leão que usa um disco do Sol e um uraeus (naja). Ela era uma deusa importante na capital Tebana durante o Novo Império. O nome dela significa "ela que é poderosa", e como tal, ela personifica os aspectos agressivos de deidades fêmeas.
  Sekhmet




Tauret: deusa-hipopótamo que protegia os nascimentos nesta e na vida além-túmulo.

Tauret






Heqet: deusa cabeça de rã ligada ao parto e à ressurreição. Seu marido deu forma aos homens a partir da argila.
Heqet




Nefertum: o deus do loto e conseqüentemente de ungüentos; adorado em Mênfis como filho de Ptah e Sekhmet, representado como um homem com a cabeça vestida com uma flor de Lótus.
Nefertum




Tefnet; a deusa da umidade; com Shu que forma o primeiro par Heliopolitano. Tefnet simboliza o ar úmido ou corrosivo que provoca mudanças e cria conceitos de tempo. Shu e Tefnet são os descendentes de Rá (ou Atum, uma forma do deus-sol), um deus cósmico primordial, progenitor dos elementos do universo.
Tefnet






Num: deus do caos primordial, Num também foi visto como a água primordial da qual os deuses, terra e humanos foram criados do caos dos quais a ordem foi criada.


Num








Amon-Rá: o grande deus de Tebas de origem incerta; representado como um homem, o sol; é identificado com Rá, após a união do deus Amon com Rá; os animais sagrados deles eram o carneiro e o ganso.

Amon-rá

Amon: chefe dos deuses durante o Novo Império, Amon foi descrito como um homem com duas plumagens altas que sobem sobre sua cabeça, ou como um carneiro ou um ganso. Ele, a esposa dele, Mut, e o filho deles, Khonsu, representaram a Tríade Tébana, a família sagrada de Tebas. Amon subiu em proeminência, mas não se tornou uma deidade estatal. Ele era associado com o deus Rá e venerado como deus Amon-Rá.

Amon




Ammit: descrito como sr que possui o "traseiro" de um hipopótamo, à frente de um leão e a cabeça de um crocodilo. Ammit "devorava" os corações dos que foram julgados culpaos, quando o coração deles forem mais pesados no pós-mundo.

Ammit






Anat: deusa de origem Síria, possui caráter bélico; é representada como uma mulher que segura um escudo e um machado.

Anat





Anukis: deusa da região-catarata em Aswan; a esposa de Khnum; representada como uma mulher com uma pena alta vestindo a cabeça.




Anukis

Arsaphes: deus-carneiro de Heracleópolis.

Arsaphes


Astarte: deusa de origem Síria; introduzida no Egito durante a 18a Dinastia. Ela também é freqüentemente conhecida como a Rainha do Céu e o culto dela em tempos se sobrepuseram aos adoradores de Ísis.

Astarte




Aton: deus do disco solar, adorado como o grande deus criador por Akhenatom.

Aton

Atum: o deus-sol original de Heliópolis, depois identificado com Rá; é representado como um homem. Um deus cósmico primordial, Atum é o deus sol como criador, a substância da qual toda a criação desfraldou. Ele é o Senhor do Universo. Na forma humana dele, ele representa o rei do Egito que usa a Coroa Dupla do Egito.

Atum

Gheb: o deus-terra; marido de Nut; o sócio de Heliópolis; representado como um homem. Estes dois deuses encarnam os opostos. O deus da terra, Gheb, que representa a terra seca, é o marido de Nut, a deusa do céu e que representa o céu, uma imagem espelho das águas do mar.

Gheb




Hapi: deus do Nilo em época de inundação; representado como um homem de peitos cheios, pesados, uma aglomeração de papiros em sua cabeça e segurando mesas de oferendas. Hapi, o que traz abundância, controlava a inundação anual do Nilo, que fertiliza as suas margens. Esta deidade é descrita como um homem que tem plantas na cabeça e que segura uma mesa de oferendas com produtos providos da terra.

Hapi




Haroeris: uma forma de Hórus, o "Hórus mais velho"; identificado como o deus falcão e particularmente o protetor do Faraó.

Haroeris


Harpócrates: uma forma recente de Hórus no aspecto de filho de Ísis e Osíris; representado como uma criança desnuda usando a fechadura de mocidade e segurando um dedo em sua boca.

Harpócrates




Harsiesis: Uma forma de Hórus, especificamente designado "o filho de Ísis".

Harsiesis




Hat-mehit: deusa-peixe da região de Mendes no Delta; às vezes é representada como uma mulher com um peixe na cabeça.

Imhotep: o principal ministro divinizado de Dsojer e arquiteto da pirâmide do Passo; no Novo império, fora venerado como o deus da aprendizagem e medicamento; representado como um homem sentado que segura um papiro aberto; comparado pelos gregos com Asclépios.

 Imhotep


Khepri: o deus escaravelho-besouro, identificado com Rá como um deus-criador, freqüentemente representado por um besouro dentro do disco solar.

Khepri


Khonsu: o deus-lua, representado como um homem; com Amon e Mut como pai e mãe, eles formam a Tríade Tébana. Ele é freqüentemente descrito com a cabeça de um falcão sobrepujada com uma lua crescente e um disco lunar. Khonsu também é visto como uma mocidade com uma fechadura lateral no cabelo e uma lua crescente e um disco lunar em sua cabeça.

Khosu




Min: o deus primordial de Coptos; depois venerado como um deus da fertilidade e aproximadamente associado com Amon; representado como uma estátua humana. Um humano ou um deus mumificador, Min é descrito com um falo ereto. Ele leva um mangual na mão direita, que se encontra elevada, e usa uma coroa com duas plumagens. Ele é o protetor da fertilidade e das viagens no deserto.


Month: originalmente a deidade local de Hermontis, sul de Tebas; depois deusa da guerra do Faraó, representada com uma cabeça de falcão.


Mut: a esposa divina de Amon; o deu culto era feito na região de Asheru, sul do templo principal de Amon-Rá em Karnak; originalmente uma deusa-abutre, depois normalmente representada como uma mulher. Mut, Amon, e seu filho, Khonsu, representavam a Tríade Tébana, a família sagrada de Tebas.

Mut




Neheb-kau: uma deidade serpente do submundo, às vezes representado com o corpo de um homem segurando o olho de Hórus.

Neheb-kau





Nut: a deusa-céu esposa de Gheb, o deus-terra; representada como uma mulher, o corpo desnudo dela é curvado para formar o arco dos céus. Nut é retratada como uma mulher de corpo curvado coberto com estrelas. Ela é filha de Shu e Tefnet.

Nut

Onuris: deus do Isto no Alto Egito; o caçador divino; representado como um homem.

Onuris




Rá-harakhty: Um deus na forma de falcão, encarnando as características de Rá e Hórus.

Rá-harakhty




Ptah-seker-osíris: deidade composta, incorporando os deuses principais da criação, morte e o pós-vida; representado como Osíris mumificado.

Path-seker-osíris


Qadesh:
deusa de origem síria, freqüentemente representada como uma mulher que se levanta em um leão.

Qadesh

Reshef: deus da guerra e trovão, de origem síria.


Reshef

Sarapis: um deus introduzido no Egito no período Ptolomaico que tem as características do deus egípcio (Osíris) e o grego (Zeus); representado como um homem barbudo que na cabeça um vestido de modius.

Sarapis
Satis: uma deusa da Ilha de Siheil na região-catarata; representada como uma mulher que usa uma coroa branca com um chifre de antílope; a filha de Khnum e Anukis. Seshat: a deusa da escritura; a guardiã divina dos anéis reais; representada como uma mulher.

Seshat




Shu: o deus do ar; com Tefnet, formou o primeiro par de deuses Heliopolitanos; mostrado freqüentemente como um homem que separa Nut (céu) de Gheb (terra). Shu é um deus masculino que é emparelhado com a irmã dele, Tefnet. Juntos eles representam os dois princípios fundamentais da existência humana. Shu simboliza ar seco e a força da preservação. Shu e Tefnut são os descentes de Rá (ou Atum, uma forma do deus-sol), um deus cósmico primordial, progenitor dos elementos do universo.

Shu




Sokaris: um deus com cabeça de falcão de necrópole; a região de seu culto é em Mênfis.

Sokaris




Sopdu: o antigo deus-falcão deel-hena de Saft no Delta; um deus-guerreiro, protetor da fronteira oriental; representado freqüentemente como um guerreiro asiático.


Sopdu



Sothis: a estrela-cachorro Sírius, defendida como uma deusa; mostrada como uma mulher com uma estrela em sua cabeça.

Sothis




Tatjenen: o deus-terra primordial de Mênfis, depois foi identificado com Ptah.

Unnefer: um nome que significa "aquele que é continuamente feliz", dado a Osíris após sua ressurreição.

Unnefer




Wepwawet: o deus-chacal de Asyut no Médio Império; um deus da necrópole e um vingador de Osíris.

Wepwawet








  Magia

A crença dos egípcios na magia desempenhava um importante papel na maneira como concebiam e praticavam a religião. De fato, o rigor com que realizavam as inúmeras cerimônias religiosas ou a forma como obedeciam às regras dos cultos religiosos, tanto quanto a devoção que punham na magia, emprestaram-lhes a reputação de ser, a um só tempo, os mais religiosos e os mais supersticiosos dos homens.
A "magia" dos egípcios pertencia a duas espécies:

  • A que se empregava com propósitos legítimos e com a idéia de fazer o bem aos vivos ou aos mortos.
  • A que se utilizava na promoção de planos e projetos nefários, e se destinava a acarretar calamidades para aqueles contra os quais se dirigia.

É perceptível nos textos religiosos que a magia era utilizada a serviço da religião. Não havendo dúvida de que o principal destino dos livros de cerimônias mágicas era fortalecer os que, por um meio qualquer, obtinham conhecimentos suficientes para fazer uso delas.
Os grandes resultados seriam logrados pelo uso de certas palavras, que, para serem eficazes, precisavam ser pronunciadas em tom de voz apropriado, por homem devidamente qualificado; tais palavras eram gravadas em alguma substância, como o papiro, as pedras preciosas e coisas assim, usadas pela pessoa, quando o seu efeito se transmitia a qualquer distância. É como se quase todo homem, mulher ou criança no Egito, que estivesse em condição de faze-lo, trouxesse consigo um desses sortilégios ou talismãs, não é de se admirar que os egípcios, em um período muito primitivo, fossem havidos por uma nação de "mágicos e bruxos".
Muitas vezes nos perguntamos o por quê de se preservar o corpo físico da decomposição, e na maioria das vezes, nossas respostas não se encaixam em uma época considerada tão "primitiva". Os egípcios acreditavam que a alma se eleva ao reino dos céus e se juntava aos deuses.
Contudo, é certo que a conservação do corpo, de alguma forma, ou por alguma razão, se fazia absolutamente necessária, pois a arte da mumificação floresceu por milhares de anos e, a menos de haver uma boa razão, além do costume, e do uso tradicional, para que assim fosse, faros e sacerdotes, fidalgos e peões, ricos e pobres, nunca teriam inumado seus parentes e herdeiros com dispendiosas cerimônias fúnebres e a celebração de ritos inúteis.
À primeira vista também nos parece estranho encontrar egípcios estudando co cuidado, a melhor maneira de fornecer aos mortos um suplemento regular de oferendas sepulcrais pois, quando refletimos no assunto, percebemos que me se tratando de bem-estar dos mortos, nada era deixado ao acaso.
Um papiro, por exemplo, conterá várias orações e gravuras com fórmulas apropriadas, cada uma das quais tem como objetivo, fornecer ao falecido comida e bebida; qualquer uma delas teria sido mais do que suficiente para este fim, entretanto, todos achavam melhor tornar a segurança duplamente segura, pois se houvesse a menor dúvida acerca da eficácia de um capítulo, lhe era acrescido, um ou mais da mesma classe.
De maneira semelhante, como o corpo após a morte, tende naturalmente a se decompor, tomava-se o máximo cuidado ao mumificar-lhe os vários membros, a fim de evitar que um deles viesse a ser acidentalmente esquecido e, já pela omissão das palavras de poder que deveriam ser ditas diante dele, já pela execução negligente de alguma cerimônia, viesse a decair e perecer.
O egípcio declarava-se imortal e acreditava que gozaria a vida eterna em um corpo espiritual; sem embargo disso, tentava, mediante a execução de cerimônias mágicas e a recitação de palavras de poder, fazer que o seu corpo corrutível durasse para sempre.
Acreditava que se alimentaria de comida celestial e imperecível como que se alimentavam os deuses, mas, ao mesmo tempo, não poupavam esforços nem despesas para que seu túmulo fosse abastecido, em intervalos fixos durante o ano, de provisões perecíveis, em forma de oferendas de bois, bichos de penas, bolos, pão e coisas assim.
Mumificava os seus mortos e enrolava-os em ataduras de linho e, em seguida, pela execução de cerimônias mágicas e palavras de poder, procurava devolver-lhes aos membros a força para comer, beber, falar, pensar, e movimentar-se à vontade.
Com efeito, todas as provas que agora estão prestes a ser exibidas, parecem confirmar que nunca lhe foi possível persuadir-se de que os deuses pudessem arranjar-se se sua ajuda, ou que as gravuras ou representações das cenas ocorridas na vida, na morte, na inumação e na ressurreição de Osíris, em que ele confiava de maneira tão implícita, deixassem de ser tão eficazes quanto o poder real do próprio Deus.
Os egípcios também costumavam mumificar animas domésticos, pois acreditavam que estes também possuíam vida após a morte, e os mumificando, poderiam servir os seus donos até mesmo neste noutro plano, popularmente conhecido como "Mundo dos Mortos".


  Livro dos Mortos

O Livro dos Mortos era uma coleção de feitiços, hinos e orações que pretendiam afiançar a passagem segura e curta do falecido ao outro mundo.
O pergaminho de Nevolem relata o transporte da alma até Osíris: um barco leva o esquife negro, que contém a múmia do defunto, e os canopus; Ísis está próxima à cabeça e Néftis dos pés da múmia, ambas vestidas de vermelho. Após Anúbis receber o ataúde, a alma se ergue e começa a adorar os quatro gênios do Oriente, as aves sagradas de Amon. Então A alma é introduzida no tribunal de Osíris.



Tribunal de Osíris




O papiro de Nes-min mostra o que acontece com a alma após entrar no Tribunal de Osíris, o deus do mortos, que determina o mérito do defunto para entrar na próxima vida, avaliando suas ações no plano terrestre.
O coração do defunto está sendo pesado na balança da deusa Maat, que representa a verdade e a justiça. O deus-chacal, Anúbis, dá um voto a favor do defunto, restabelecendo o equilíbrio, enquanto isso, o deus-falcão, Hórus, olha para o deus-íbis Thoth, o secretário dos deuses, dando o veredicto favorável ao morto.
O defunto eleva as suas mãos em jubilo, acompanhado pela deusa Maat. Em sua frente está Ammit, um monstro com partes de hipopótamo, crocodilo e leão, que o teria aniquilado caso o julgamento fosse desfavorável.

Ammit

A alma do morto, ao comparecer ao tribunal de Osíris, deveria recitar a seguinte oração para cada um dos quarenta e dois deuses presentes no tribunal:


"Glória a Ti, Senhor da Verdade e da Justiça! Glória a ti, Grande Deus, Senhor da Verdade e da Justiça! A ti vim, meu Senhor, e a ti me apresento para contemplar as Tuas perfeições. Porque Te conheço, conheço Teu nome e os nomes das quarenta e duas divindades que estão contigo na sala da Verdade e da Justiça, vivendo dos despojos dos pecadores e fartando-se de seu sangue, no dia em que pesam as palavras perante Osíris, o da voz justa: Duplo Espírito, Senhor da Verdade e da Justiça é o Teu nome. Em verdade eu conheço-vos, senhores da Verdade e da Justiça; trouxe-vos a verdade e destruí, por vós, a mentira. Não cometi qualquer fraude contra os homens; não atormentei as viúvas; não menti em tribunal; não sei o que é má fé; nada fiz de proibido; não obriguei o capataz de trabalhadores a fazer diariamente mais que o trabalho devido; não fui negligente; não estive ocioso; nada fiz de abominável aos deuses; não prejudiquei o escravo perante o seu senhor; não fiz padecer de fome; não fiz chorar; não matei; não ordenei morte à traição; não fraudei ninguém; não tirei os pães do templo; não subtrai as oferendas aos deuses; não roubei nem as provisões nem as ligaduras dos mortos; não tive ganhos ilegítimos por meio de pesos do prato da balança; não tirei leite da boca de meninos; não cacei com rede as aves divinas; não pesquei os peixes sagrados em seus tanques; não cortei a água em sua passagem; não apaguei o fogo sagrado; não violei o divino céu nas suas oferendas escolhidas;não escorracei os bois das propriedades divinas; não afastei qualquer deus ao passar. Sou puro! Sou puro! Sou puro!"

Para os egípcios, todo ser humano possuía várias almas (Ba, Akh, etc) e um Ka, uma espécie de corpo estéreo. Quando um homem morria as suas várias almas libertavam-se e assumiam a forma de um pássaro com cabeça humana. Para os eleitos (faraós, hierofantes, nobres, etc) acreditava-se que as almas viravam as estrelas do céu.
O Ka, entretanto, ficava próximo ao corpo, visitando-o regularmente nas tumbas mortuárias. Se o corpo fosse destruído pela decomposição, seu Ka também seria. A idéia da mumificação está ligada a essa crença, ou seja, conservar o corpo do morto para que seu Ka continuasse intacto.
Para que o Ka, ao voltar a sepultura, não ficasse sem o corpo, eram colocadas estátuas de madeira simbolizando o morto. Além disso, era preciso mantê-lo com oferendas de alimentos, de roupas e de tudo o que pudesse servir-lhe para continuar vivendo.

  Mumificação

O historiador Herótodo conta que havia no antigo Egito pessoas encarregadas por lei de realizar os embalsamamentos e que faziam disso profissão. Conta também que havia três tipos de mumificação com preços diferentes conforme o processo fosse mais ou menos complexo e descreve todos os procedimentos.

  • O mais luxuoso: primeiramente, extraiam o cérebro pelas narinas, parte com um ferro recurvo, parte por meio de drogas introduzidas na cabeça. Faziam, em seguida, uma incisão no flanco com pedra cortante da Etiópia e retiravam, pela abertura, os intestinos, limpava-os cuidadosamente e banhava-os com vinho de palmeira e óleos aromáticos. O ventre era enchido com mirra pura moída, canela e essências variadas, não fazendo uso, porém, do incenso. Feito isso, o corpo era salgado e coberto com natrão, sendo deixando assim durante setenta dias. Decorridos os setenta dias, envolviam inteiramente com faixas de tela de algodão embebidas em cola. Concluído o trabalho, o corpo era entregue aos parentes, que o encerram em uma urna de madeira feita sob medida, colocando-a na sala destinada a esse fim. Era geralmente como se embalsamava os faraós.

  • O intermediário (médio): Ele era usado por quem queria evitar despesas. O processo era o seguinte: os embalsamadores enchiam as seringas de um licor untuoso tirado do cérebro e injetava-o no ventre do morto, sem fazer nenhuma incisão e sem retirar os intestinos. Introduziam-no igualmente pelo orifício posterior e arrolhavam-no, para impedir que o líquido saia. Em seguida, salgavam o corpo, deixando-o assim durante determinado prazo, ao final eles faziam escorrer do ventre o licor injetado. Esse líquido era tão forte que dissolvia as entranhas, arrastando-as consigo a sair. O natrão consumia a carne, e do corpo só sobrava pele e osso. Terminado o processo, entregavam o corpo aos parentes, sem mais nada a ser feito.

  • O mais pobre: esse tipo de embalsamamento era destinado aos menos afortunados. Injetava-se no corpo o licor denominado surmaia e envolvia o cadáver no natrão durante setenta dias, devolvendo-o depois aos parentes.

Quando se tratava de uma mulher, e se esta fosse bonita ou de destaque, o cadáver só era levado para ser embalsamado depois de três ou quatro dias após o seu falecimento. Tomava-se essa precaução pelo receio de que os embalsamadores violariam o corpo. Sabe-se que, por denúncia de um dos colegas, um deles foi descoberto em flagrante com o cadáver de uma mulher recém-falecida.
Se era encontrado um cadáver abandonado, seja o morto Egípcio ou mesmo estrangeiro; atando-se de alguém atacado por crocodilos ou afogado no rio, a cidade em cujo território foi encontrado o corpo era obrigada a embalsama-lo, a prepara-lo da melhor maneira possível e sepulta-lo em túmulo sagrado. Não era permitido a nenhum dos parentes ou dos amigos tocar no cadáver; só os sacerdotes do Nilo tinham esse privilégio; e eles o sepultavam com as próprias mãos, como se tratasse de algo mais precioso do que o simples cadáver de um homem.

  Medicina

O homem se interessou pelo funcionamento do próprio corpo, movido pela curiosidade e necessidade de combater doenças que o atacavam.
Os progressos da medicina sempre estiveram relacionados à anatomia humana. Mas, para observar o interior do organismo, era necessário dissecar o cadáver. Ao longo da história, o homem sempre manteve respeito em relação ao corpo das pessoas mortas. Fato que atrapalhou muito o estudo da anatomia.
Há mais ou menos 3000 anos a.C. No Antigo Egito, os médicos já tinham uma noção interna do corpo humano. Isso foi conseguido, pelo costume religioso de embalsamar os mortos, dos quais se retiravam as vísceras, que eram guardadas nos Canopus, próximo ao corpo.
A partir das técnicas de mumificação, foi possível acumular conhecimentos sobe anatomia humana, reconhecendo a importância do coração em relação aos outros órgãos do corpo, desenvolvendo técnicas para tratar de fraturas, realizando pequenas cirurgias e saturar cortes profundos.
Mas foi um grande centro médico criado em Alexandria, no Egito, no século III a.C., que dois médicos, Herófilo e Erasístrato, fizera as primeiras dissecações para estudar e ensinar anatomia. Essas atividades ajudaram os médicos a entender algumas funções do cérebro, dos pulmões e do coração.
Ainda na medicina, os egípcios afirmaram que as doenças possuíam causas naturais. Para combate-las, elaboraram listas de remédios, formando a primeira farmacopéia de que se tem notícia. Conforme a doença, eram indicados remédios que variam desde sangue de lagarto, até livro velho fervido e azeite, ou leite de mulher que tinha dado a luz, e ainda excremento de crocodilo.


  Médicos

As dores de cabeça incomodavam desde os tempos dos Antigos Egípcios. Mas para isso havia uma receita infalível. O médico mandava o paciente beber tr6es vezes ao dia, uma mistura de gordura de crocodilo, sêmen junto de fezes dissolvidas em urina. O que você acha dessa receita? (particularmente eu ficaria com dor de cabeça)
O médico no antigo Egito era chamado de sunu. Sendo divididos em três grupos de terapeutas: sacerdotes de Sekhmet, magos e sunus.



Sacerdote de Sekhmet


- Sacerdotes de Sekhmet: eles acreditavam que a deusa Sekhmet era a causadora de todas as doenças. Eles mantinham um bom contato com ela, induzindo a deusa à não castigar certa pessoa com doenças.
- Magos: para estes as causas das doenças eram os maus espíritos que atacavam as pessoas. Sua função era de exorciza-los.
- Sunus: eram sacerdotes que recebiam instrução médica da Per Ankh ou "Casa da Vida". Os sunus trabalhavam junto dos uts, primeiros enfermeiros de que se tem notícia.
O sunu também podia ser ao mesmo tempo um sacerdote de Sekhmet ou mago. Fato comprovado pelos papiros encontrados relatando até esses sunus exerciam funções paralelas (administrador, arquiteto ou escriba).
Cada sunu tinha seu próprio consultório. O curioso é que antes mesmo de terminar seus estudos em certa área do corpo humano eles já saiam exercendo suas funções de médicos.
O médico mais antigo do Egito foi Hesy-Rá, que viveu no ano 3000 a.C. e só cuidava de dentes. Nesta época surgiram novos médicos e novas especialidades como: nariz, olhos, ânus e abdome.
Os sunus se impressionavam com a possibilidade de o sangue coagular e as artérias endurecerem. A maior preocupação mesmo era o 6anus, pois cada faraó possuía um medico nessa área, pois eles temiam os vermes, que eram muito encontrados em múmias, sendo considerados por eles legítimos mensageiros da morte, se aparecerem muitas vezes era anúncio de diarréia fatal.
Os egípcios não sabiam como se dava a fecundação, acreditavam que só o esperma tinha o poder de gerar um indivíduo, e que o papel da mulher era o de recebe-lo. Para saber se estava grávida o segredo era urinar sobre um punhado de grãos. Se dali a alguns dias eles crescessem, a mulher estava grávida.
Os sunus acreditavam que o organismo humano era o medicamento mais potente contra qualquer doença, podendo produzir ele mesmo o medicamento quando necessário.

 


Imhotep:
O verdadeiro pai da medicina

Imhotep, o filho de Ptah, viveu durante o Antigo Império, mais precisamente na Terceira Dinastia. Desde muito cedo ele dedicou-se aos ideais da nação até tornar-se Vizir e Sumo-Sacerdote do culto de Ptah. Este formidável conselheiro do faraó Djoser também era poeta, astrônomo mágico, arquiteto e médico (atribui-se a ele os primeiros tratados médicos escritos). Logo, Imhotep tornou-se uma divindade e foi considerado pelos egípcios do Novo Império como o deus dos medicamentos; seu templo pode ser considerado como o primeiro hospital da humanidade. Ele cunhou a declaração: "... comam, bebam e sejam alegres, pois amanhã todos nós morreremos".

 Imhotep

Imhotep diagnosticou e tratou mais de 200 doenças: 15 doenças de abdômen, 11 da bexiga, 10 do reto, 29 dos olhos e 18 da pele, cabelo, unhas e língua. Ele também tratou da tuberculose, cálculos biliares, apendicites, gota, artrites e fez algumas cirurgias. Também era de seu conhecimento a posição e a função dos órgãos vitais do corpo humano, bem como, da circulação sangüínea.
Apesar de sua genialidade na área médica, ele ficou mais conhecido como idealizador da primeira pirâmide construída pelos egípcios: Saqqara.


  Filosofia
Ptah-Hotep, vizir do faraó Djedkara Isesi (da 5a Dinastia), quase dois mil anos antes do esplendor da civilização Helênica, a qual foi herdeira de muitos conhecimentos egípcios, escreveu:

"Jamais reveles a outrem o que alguém te confiou, abrindo-te o teu coração. Se queres ser um homem perfeito, aperfeiçoa o teu coração. Diz aquilo que é, em vez daquilo que não é. A Amon aborrece o excesso de palavras. Se algo for contestável, não o digas. O teu silêncio é mais útil que a abundância de palavras. Deixa o teu coração sofrer, mas domina a tua palavra. O segredo mais íntimo revela-se no silêncio. É vasta a influência do homem agradável ao falar. Mas, as facas estão afiadas para quem forçar a passagem, pois esta Só é permitida no devido tempo."

Atribuem à civilização egípcia um cunho sombrio e por diversas vezes associam a temática de seus escritos a respeito dos rituais e filosofia do seu povo a necrofilia. É necessária uma visão mais profunda e menos dogmática a respeito do pensamento e comportamento de um povo evoluído e não compreendido na sua proposta de entendimento da vida da morte e do renascimento das cinzas materiais que nos cercam no plano físico, tal qual a Phoenix. Não vislumbramos, nem sequer enxergamos o que está por detrás dos suntuosos monumentos, dos magníficos papiros e dor relevos instalados na terra de Khan. Existe uma tendência que felizmente está degenerando-se no círculo acadêmico, em classificar as Civilizações Antigas como "primitivas".
Numa primeira observação, não compreendemos a razão de estruturas tão grandiosas. Quando nos damos conta que não existe uma pedra sequer remanescente de suas moradias, "lojas" e estabelecimentos, contrastando com monumentos erigidos para desafiar o tempo e às intempéries, indagamos estupefados: Como? Porquê? A resposta encontramos na dedicação dos antigos egípcios à vida! Não a vida mundana e materialista a qual o ocidente tanto se apega, e valoriza (embora esta fosse celebrada constantemente). Mas a Vida como um todo; um fluxo contínuo onde o desenlace é apenas uma transição. Uma mudança de "estado" e de "ambiente".
Partindo deste princípio, podemos notar que mais de noventa por cento das construções que tinham por finalidade a reverência e exaltação da Divindade, estão ainda de pé! As Pirâmides, as Esfinges, os Obeliscos, os grandiosos Templos e outras tantas estruturas de Culto, Ensino e Ritos Iniciáticos (Casa da Vida) cujo objetivo final era Deus (sim, o Egito era Monoteísta!), ainda resistem solenemente! Eles tinham de ser como o Criador: Incólumes e Eternos! Portanto, suas moradias e outros locais referentes à "passageira" vida mundana, eram construídos basicamente com adobe para que durassem justamente o fugaz pe’rodo de uma existência. Faziam isso para lembrarem-se da temporaneidade e transitoriedade da vida, cujo objetivo final era Rá (algo semelhante as mandalas tiberianas feitas com areia colorida que, uma vez terminadas, depois de longo e exaustivo trabalho, são destruídas com um simples "esfregar de mãos" de um Lama).





  Literatura

A literatura egípcia floresceu nos diversos gêneros, destacando-se os escritos filosóficos, tais como: "Máximas de Ptahhotep", "Canção do Harpista", "Diálogo de um Misantropo com sua Alma", e nas obras religiosas, como o "Hino ao Sol", de Amenófis IV. Os egípcios deixaram vários livros escritos, a maioria de temas religiosos como o famoso "Livro dos Mortos".
Os egípcios escreviam principalmente num tipo de papel chamado papiro, que era feito de uma planta chamada junco, abundante às margens do Nilo. O miolo do junco era cortado em partes e as mesmas eram ligadas umas às outras e prensadas, formando rolos de papiros que eram inclusive exportados para povos vizinhos.
Uns dos mais belos poemas da literatura egípcia foi redigido e criado por Akhenaton, inspirando-se em velhos hinos egípcios em honra ao Deus-Sol, compôs numerosos cantos apaixonados em honra de Aton, dos quais o "Hino de Aton", o mais longo e mais belo. Abaixo está escrito um trecho do mesmo:

"Como é bela tua aurora no horizonte do céu,
Ó Aton vivo, iniciador da vida!
Quanto te ergues no Oriente
Enches o universo de tua beleza.
És belo, grande, brilhante, alto acima da terra,
Teus raios envolvem a terra e tudo que criaste.
És Rá e os tem todos cativos;
Uniste todos pelo seu amor
Embora esteja longe, teus raios estão sobre a terá;
Embora sejas alto, os rastros de teus passos são o dia.
Quando repousas no horizonte ocidental do céu,
A terra está na obscuridade como a morte;
As pessoas dormem em seus quartos,
Envolvem a cabeça,
Suas narinas param de funcionar
Ninguém vê seu vizinho,
Tudo o que lhes está sob a cabeça pode ser roubado.

E não sentem.
Então os leões saem do seu covil,
As serpentes picam...
O universo está em silêncio,
Aquele que o fez repousa no horizonte. (...)"




  Hieróglifos

Os hieróglifos são um sistema de escrita pictográfico, ou seja, baseia-se em imagens que formam a escrita, que surgiu por volta de 4000 a.C. Muitas dessas imagens são derivadas do meio-ambiente africano, o que prova tratar-se de uma criação original e não de um empréstimo. Em outras culturas que também utilizaram sinais pictográficos em suas escritas, o sistema evoluiu para formas abstratas. No Egito isso não ocorreu e o sistema manteve-se pictográfico até o final da história faraônica. Existem cerca de 6 mil hieróglifos conhecidos, se considerarmos todo o período durante o qual essa escrita foi empregada. Entretanto, a maioria deles foi desenvolvida por razões religiosas durante o período greco-romano. Em geral, cerca de 700 foram de uso corrente em todas as épocas da história egípcia.
Qualquer objeto ou ser vivo que pudesse ser desenhado era empregado como um sinal na escrita egípcia. Para escrever as palavras arpão ou peixe, por exemplo, desenhava-se à imagem correspondente. Ações também podiam ser representadas através de desenhos. As palavras correr ou nadar nada mais eram do que o desenho d uma pessoa correndo ou nadando. O sistema não se prestava, porém, para representar termos abstratos como amar ou lembrar. O problema foi resolvido través do uso de dois outros princípios: a homofonia e a ideografia.
O princípio da homofonia é fácil de entender. Por exemplo: o signo de enxada era pronunciado mer e podia ser usado também para representar o verbo amar, cuja pronúncia também era mer. Entretanto, as palavras homófonas eram relativamente poucas e, então, os escribas estenderam esse princípio para a junção de palavras. Por exemplo: o verbo estabelecer era pronunciado semen e para representa-lo eram empregados dois desenhos: um pedaço de tecido dobrado e um tabuleiro de xadrez. O primeiro se pronunciava s(e); o segundo, men. A junção de ambos resultava em s(e)+men=semen, que significava estabelecer ou fundar.
Com esse sistema era possível escrever qualquer palavra, ainda que complexa, decompondo-a em sons que tivessem desenhos correspondentes aproximadamente com a mesma pronúncia e que pudessem representar tais sons. Havia, entretanto, algumas dificuldades. A primeira: como saber se uma figura representava o objeto em si ou um som? Os escribas passaram a acrescentar uma linha vertical depois de cada desenho que designava o próprio objeto. Outra dificuldade: o desenho de um barco, por exemplo, como deveria ser lido: barco, bote, navio ou embarcação? Gradualmente foram criados 24 sinais, cada um deles com apenas uma consoante, e os escribas passaram a utiliza-los para indicar a leitura fonética das figuras. Por exemplo: uma figura que representa um pão sobre uma esteira era pronunciado hetep. Para esclarecer o leitor, passou-se a utilizar duas outras figuras logo a seguir: pão, pronunciado t, e assento, pronunciado p. Esses dois desenhos indicavam ao leitor que a pronúncia da figura deveria ser hetep. Como os egípcios não escreviam as vogais, esses 24 símbolos que representavam todas as consoantes da língua egípcia desempenhavam, na prática, o papel de letras e eram um embrião para a invenção do alfabeto. Entretanto, eles nunca deram o passo final nessa direção.
Nesse estágio, além de ao terem passado para a escrita alfabética, os egípcios complicaram um pouco as coisas criando sinais puramente ideográficos, ou seja, desenhos de objetos concretos que representavam idéias. Colocavam tais sinais no final das palavras, classificando-as em determinadas categorias. Um exemplo: verbos que designavam uma ação física, como atingir e matar, eram seguidos por um desenho que representava um braço humano empunhando arma. Outro exemplo: o substantivo bacia era acompanhado pelo ideograma água, três linhas horizontais onduladas. E todo esse complexo sistema foi empregado durante mais três mil anos, sem que seus princípios essenciais sofressem grandes alterações.
A escrita hieroglífica pode ocorrer da direita para a esquerda ou vice-versa e tanto pode estar disposta em linhas quanto em colunas. A direção do texto é indicada pelos sinais animados, geralmente aves, serpentes, etc., que se encontram voltados para o início do texto. Nem todos os sinais são do mesmo tamanho. Alguns são grandes e preenchem toda a largura e altura do espaço a eles destinado; outros são altos, porém estreitos; outros ainda são largos e achatados; finalmente há os que ocupam apenas um minúsculo espaço no texto, geralmente em forma de vasos, círculos ou cruzes. As palavras não se encontram separadas e não há sinais de pontuação para separar frases. Os últimos homens que realmente usaram esses sinais foram sacerdotes egípcios do século IV da era cristã, já que a última inscrição conhecida data de 394 d.C. Daí em diante seu significado ficou obscurecido até que Chapol-lion os decifrou em 1822.


Alguns hieróglifos:






Ideogramas



Os ideogramas representam palavras e conceitos (não apenas letras). Assim, os ideogramas são caracteres dotados de sentido: logogramas. Ex :






  Agricultura

A base econômica do Egito faraônico era a agricultura, principalmente o cultivo de cereais, como trigo e cevada. O trabalho nos campos era facilitado pelas cheias anuais do rio Nilo, que fertilizavam as margens de terra, tornando-as bastante produtivas. Até mesmo os nobres e ouros grupos mais abastados tinham prazer em se fazer representar a si próprios nas tumbas, e mesmo templos, envolvidos na vida do campo, no trabalho de jardins, vinhas, terras ou na avaliação dos produtos, junto de inúmeros funcionários.
Os camponeses constituíam a maioria absoluta da população. Viviam em aldeias e executavam os trabalhos agrícolas nas terras que pertenciam ao Estado, às altas camadas sociais e aos templos, entregando a seus proprietários excedentes de produção – em geral menos da metade – como imposto. Um camponês nos tempos do Novo Império cultivava uma área cerca de 5 "aruras" (1,25 hectares), suficiente para uma família com cerca de 5 ou 6 indivíduos.
O trabalho no campo era regulado em função das três estações do ano, típicas do país, relacionadas o ciclo do Nilo: Akhit – a inundação, de julho a novembro; Peret – a chamada "saída" ou reaparecimento da terra cultivável do seio das águas – época de semeadura – que acontecia de novembro a março; Shemu – a colheita, que acontecia de março a junho. Analisada a paralisação das atividades durante a inundação, e considerando-se que a colheita, realizada entre fins de março e início de junho, terminava bem antes de ocorrer à nova cheia do rio Nilo, constata-se que o ciclo da agricultura básica durava pouco mais de meio ano.




Camponeses semeando a terra no "Peret"

Note-se que no período das inundações do Nilo, quando praticamente cessavam os trabalhos agrícolas, os camponeses eram requisitados pelo estado para a prestação de corvéias ou trabalhos na sobras públicas, como a construção de pirâmides ou templos. São conhecidos de diversas épocas decretos reais isentando certos grupos de camponeses desse trabalho forçado.
Os camponeses de trigo e de cevada – cultivos básicos – sucediam-se desde os pântanos do Delta, ao norte, até a região de Núbia, no extremo sul. Uma vez o rio Nilo voltando ao leito normal após a cheia, iniciava-se o trabalho de cultivo da terra. A primeira tarefa dos camponeses era a aragem e semeadura da terra antes mesmo das águas da inundação se retirarem totalmente. Esses dois afazeres ocorriam no mesmo momento. Camponeses que revolviam a terra com arados e enxadas eram seguidos de imediato por outros camponeses que lançavam as sementes dos cereais, pisoteadas por animais (ovelhas, abras, etc.) de modo a penetrarem no solo.
À época da colheita, os talos de trigo e de cevada eram cortados pelo meio utilizando-se uma pequena foice de madeira com dentes de sílex. Os talos eram depositados no chão. Feito isso, recolhiam-se às espigas em cestos, sendo transportadas à extremidade do campo. O cereal era então pisoteado por bois de modo a separar o grão da casca, em seguida peneirado. Era nesse momento que chegavam aos campos os proprietários ou seus representantes, acompanhados de contingente de escribas, agrimensores, empregados e soldados, os quais iriam, antes de tudo, medir os campos de modo a determinar a percentagem do cereal que o camponês deveria entregar. Os grãos eram acondicionados em sacas denominadas de khar, com 73 l.
Certas tumbas do Antigo Império mostram relevos onde se aplicam punições aos camponeses que tentavam ludibriar as autoridades no pagamento dos excedentes agrícolas como imposto. Situação curiosa é a que informam alguns registros: muitas vezes camponeses compactuavam com funcionários das propriedades em que trabalhavam em esquemas de corrupção – mais precisamente o desvio dos grãos. Um caso bem conhecido é do tempo do faraó Ramsés V, envolvendo o capitão de um barco encarregado de transportar grãos para um templo no Alto Egito – o do deus Khnum em Esna. O templo deveria receber por ano 700 sacos de grãos provenientes de uma propriedade no Delta. Mas em nove anos o capitão Khnum-nakht e seus cúmplices desviaram a maior parte da produção: dos 6300 sacos no total, os escribas do templo só deram entrada em 576! O papiro que documenta o caso explica que o capitão não agia sozinho: auxiliavam-no muitos camponeses e agrimensores.




Camponeses colhendo o trigo no "Shemu"


A construção de celeiros para o armazenamento dos cereais colhidos pelos camponeses constituía uma grande preocupação dos proprietários das terras no Antigo Egito. Além de representações de celeiros em tumbas, conhecemos esse elemento particular através dos modelos de madeira e cerâmica depositados em tumbas – verdadeiras maquetes – além daqueles encontrados em antias cidades e templos. No novo Império os celeiros mais comuns eram cilíndricos, construídos em tijolos de barro revestidos de gesso, medindo de 1,5m a 2,5m de diâmetro e de 3 a 5 metros de altura. Escadarias davam acesso á parte superior, nas quais haviam aberturas por onde se depositavam os grãos. No tempo do faraó Ramsés III em Mediet-habu, na margem oeste do Nilo em frente à moderna cidade de Luxor, e também a antiga cidade de Akhenaton – hoje Tell-el-Amarna – no Médio Egito, foram encontrados celeiros de 8 a 9 metros de diâmetro e de 7 a 8 metros de altura. Séries de celeiros poderiam também ser encontradas, bem como pequenos celeiros no interior de jardins e casas.





  Alimentos

Os antigos egípcios já temperavam seus alimentos com cebola e salsa e, para eles, a cebola era uma verdadeira religião. Um sacerdote, à frente de seus devotos comia cebolas devagar, como se rezasse, enquanto lágrimas lhe corriam lentamente dos olhos.
No Egito Antigo, a culinária era muito cuidada. Eles achavam que a maioria das doenças era provida da má alimentação. O cardápio deles era variadíssimo para a época: três mil anos antes de Cristo, os egípcios já plantavam cevada, cultivavam fermento e vinhas e faziam pão, vinho, hidromel e um tipo de cerveja.
Mil anos depois, eles comiam carne de caça, aves, peixes, ostras e ovos. Em suas mesas havia também legumes como ervilhas, favas e lentilhas, e frutas como azeitonas, figos, tâmaras maçãs, romãs, abricós e amêndoas.
Os banquetes dos faraós eram reuniões animadas, com jogos, música e danças. Na mesa deles, entre outros pratos deliciosos, costumava haver rufas, um cogumelo subterrâneo ainda hoje muito apreciado. Havia até mesmo um tipo especial que pesava mais de trinta quilos!
No Egito, eram as mulheres que organizavam os banquetes, dirigiam o serviço e presidiam a mesa.

 


Matemática

Por volta do ano 4000 a.C., algumas comunidades primitivas aprenderam a usar ferramentas e armas de bronze. Aldeias situadas às margens de rios transformaram-se em cidades.
A vida ia ficando cada vez mais complexa. Novas atividades iam surgindo, graças, sobretudo ao desenvolvimento do comércio. Os agricultores passaram a produzir alimentos em quantidades superiores às suas necessidades. Com isso algumas pessoas puderam se dedicar a outras atividades, tornando-se artesãos, comerciantes, sacerdotes, administradores.
Como conseqüência desse desenvolvimento surgiu a escrita. Era o fim da Pré-História e o começo da História.
Os grandes progressos que marcaram o fim da Pré-História verificaram-se com muita intensidade e rapidez no Egito.
Você certamente já ouviu falar nas pirâmides egípcias.Pois é, para fazer os projetos de construção das pirâmides e dos templos, o número concreto não era nada prático. Ele também não ajudava muito na resolução dos difíceis problemas criados pelo desenvolvimento da indústria e do comércio.
Como efetuar cálculos rápidos e precisos com pedras, nós ou riscos em um osso?
Foi partindo dessa necessidade imediata que estudiosos do Antigo Egito passaram a representar a quantidade de objetos de uma coleção através de desenhos - os símbolos. A criação dos símbolos foi um passo muito importante para o desenvolvimento da matemática.
Na Pré-História, o homem juntava 3 bastões com 5 bastões para obter 8 bastões. Hoje sabemos representar esta operação por meio de símbolos: 3 + 5 = 8.
Muitas vezes não sabemos nem que objetos estamos somando. Mas isso não importa: a operação pode ser feita da mesma maneira.
Mas como eram os símbolos que os egípcios criaram para representar os números?
Há mais ou menos 3600 anos, o faraó do Egito tinha um súdito chamado Aahmesu, cujo nome significa "Filho da Lua". Aahmesu ocupava na sociedade egípcia uma posição muito mais humilde que a do faraó: provavelmente era um escriba. Hoje Aahmesu é mais conhecido do que muitos faraós e reis do Antigo Egito. Entre os cientistas, ele é chamado de Ahmes. Foi ele que escreveu o Papiro Ahmes.
O Papiro Ahmes é um antigo manual de Matemática. Contém 80 problemas, todos resolvidos. A maioria envolvendo assuntos do dia-a-dia, como o preço do pão, a armazenagem de grãos de trigo, a alimentação do gado.
Observando e estudando como eram efetuados os cálculos no Papiro Ahmes, não foi difícil aos cientistas compreender o sistema de numeração egípcio. Além disso, a decifração dos hieróglifos (inscrições sagradas das tumbas e monumentos do Egito) no século XVIII também foi muito útil.
O sistema de numeração egípcio baseava-se em sete números-chave: 1 - 10 – 100 – 1000 – 10000 – 100000 – 1000000.

Na escrita dos números que usamos atualmente, a ordem dos algarismos é muito importante. Mas os egípcios não se preocupavam com a ordem dos símbolos.





  Arquitetura


As pirâmides são sem duvida o paradigma da arquitetura egípcia. Suas técnicas de construção continuam sendo objeto de estudo para engenheiros e historiadores. A primeira pirâmide foi criada durante a 3a Dinastia, pelo arquiteto Imhotep, e essa magnífica obra lhe valeu a divinização. No início, as tumbas egípcias tinham a forma de pequenas caixas, eram feitas de barro, recebendo o nome de mastabas (branco). Foi desse arquiteto a idéia de superpor a mastabas, e assim criando uma pirâmide.



Desenho interno da pirâmide de Khufu


Também se deve a Imhotep a substituição do barro pela pedra, o que sem dúvida era mais apropriado, tendo em vista a conservação do corpo do morto. As primeiras pirâmides foram do rei Dsojer e eram escalonadas. As mais célebres do mundo pertencem com certeza à 4a Dinastia e encontram-se em Gize (Khufu, Quéfren e Menkaure), cujas faces são completamente lisas. A regularidade de certas pirâmides deve-se aparentemente à utilização de um número áureo, que muito poucos arquitetos conheciam.
Outro tipo de construção foram os hipogeus, templos escavados nas rochas, dedicados a várias divindades ou a uma particular. Normalmente eram divididos em duas ou três câmaras: a primeira para profanos; a segunda para faraós e os nobres e a terceira para o sumo sacerdote. A entrada para estes templos era protegida por galerias de estátuas de grande porte e esfinges. Quanto à arquitetura civil e palaciana, as ruínas existentes não permitem uma informação a esse respeito.

 


Monumentos

As pirâmides de Gizé não foram as primeiras construídas no Egito. Estruturas deste tipo apareceram durante o século que precedeu o reinado de Khufu. Depois de enterrar os seus mortos em buracos feitos na areia, os egípcios colocavam uma mastaba, uma estrutura retangular sólida de tijolo ou pedra, em cima da sepultura para impedir que a areia fosse soprada para fora.
Esta estrutura é considerada o protótipo da verdadeira pirâmide. Depois o sacerdote Imhotep, projetou uma estrutura piramidal que simplesmente era uma pilha de seis mastabas, uma menor que a outra.
Oficialmente, ass grandes pirâmides foram construídas entre 2650 e 2500 a.C. Com a exceção de partes do mausoléu e do templo de Artemis, eles são as únicas das sete maravilhas antigas que ficaram intactas.


Pirâmides: como foram feitas?



  Região de Saqqara


Embora o período áureo de Saqqara tenha ocorrido no Antigo Império, quando uns 10 ou 12 reis escolheram o local para construção de seus monumentos funerários, a região continuou sendo usada até o período greco-romano. Sua popularidade como cemitério real parece estar ligada a importância política da cidade de Mênfis.



Pirâmide de degraus, Obra de Imhotep
A mando de Djoser em Saqqara


A capital do Egito durante o Novo Império era Tebas, localizada a 800 quilômetros ao sul de Mênfis. A maioria dos reis desta época escolheram um vale no lado ocidental do Nilo para construir suas tumbas, local este conhecido hoje como Vale dos Reis. Contudo, no reinado de Ramses II, na 19ª Dinastia, Saqqara era usada para o enterro de vários animais sagradosem grandes catacumbas. A maior destas foi o Serapeo, construída pelo príncipe Khaemwaset, filho de Ramses II. Nela enterrados touros, representando o deus Ápis, babuínos representando Thoth, vacas ,cachorros e gatos representando respectivamente Hathor, Anúbis e Bastet.
Durante a 3ª Dinastia o faraó Djoser construiu em Saqqara um formidável monumento funerário: a Pirâmide de Degraus. A construção representou um avanço tecnológico e arquitetônico muito grande no Antigo Egito, tanto que, essa pirâmide transformouse no maior prédio construído até então no mundo. Acredit-se que a obra foi supervisionada por seu arquiteto pessoal, o Vizir e Sumo-Sacerdote Imhotep.



Pirâmide de Degraus de Saqqara


O complexo funerário de Djoser foi construído com uma combinação de pedra calcária e tijolos de lama. Ao contrário das Pirâmides de Gizé, os blocos de pedras usados em sua construção eram pequenos. O Sumo-Sacerdote e Arquiteto Imhotep foi adorado como deus após a conclusão do complexo pois conseguiu, de forma notável, traduzir em pedra o que antes era feito em tijolo de lama e madeira.
O complexo inteiro era cercado por um muro cujas dimensões eram: 549m de comprimento, 274m de largura e 9,1 de altura. As paredes desse muro são tão meticulosamente projetadas que imagina-se que o propósito dele seja de natureza simbólica/religiosa e não de proteção militar, como possa ser pensado prematuramente.


  Mastabas

O nome mastaba foi dado a estes sepulcros em tempos modernos. A palavra é de origem árabe e significa banco. Isso porque, quando rodeadas por dunas de areia quase até a sua altura total, fazem lembrar os bancos baixos construídos na parte externa das casas egípcias atuais e nos quais os moradores sentam-se e tomam café com os amigos.



Interior de uma mastaba

Tais monumentos eram orientados, ou seja, as suas quatro faces estavam voltadas, respectivamente, para o norte, leste, sul e oeste. A partir da cobertura da mastaba um poço em ângulo reto (1) permitia descer através da construção até o subsolo rochoso. Aí era escavada a câmara funerária (2), na qual acomodava-se o sarcófago (3), que a ela descia por meio do poço. Este, após o funeral, era obstruído com pedras para preservar a integridade do sepulcro e sua entrada era disfarçada para que se confundisse com o resto do teto.
Na face oriental da mastaba abria-se um primeiro compartimento, a capela (4) do culto dirigido ao defunto; exatamente acima do sarcófago, o seu mobiliário comportava, antes de tudo, a mesa para as oferendas (5), colocada ao pé de uma estela, outro cômodo penetrava na mastaba: era o "corredor" (sernab em árabe) (6), onde eram colocadas as estátuas do morto (7). A estela marcava, então, o limite de dois mundos, o dos vivos e o dos motos; não se comunicavam entre si, salvo por uma estreita fenda da altura de um homem. A estela era esculpida, de maneira que desse a impressão de uma porta – donde seu nome de estela falsa-porta – e, por vezes, na sua moldura, destacava-se uma estátua: era o morto, que voltava para o meio dos vivos. Ou, então, havia uma trapeira, que se abria por cima das folhas da porta e por onde despontava um busto: por ela estava o morto espiando o visitante.


Essa escultura revive o morto
ou guarda a mastaba?


Sepultura, depósito de estátuas, capela: eis as três partes essenciais constitutivas de um túmulo. As mastabas dos ricos tornavam-se mais complexas pela existência de compartimentos anexos, mais ou menos numerosos. A complicação era ainda maior, naturalmente, nas tumbas dos reis.


Cena da mastaba de Hezyre



As capelas, nas quais os parentes dos mortos depositavam suas oferendas, tinham sempre paredes revestidas de baixos-relevos e pintadas com cenas da vida cotidiana e dos ritos funerários. Ora o defunto aparecia sentado à mesa saboreando as oferendas, como na cena da mastaba de Hezyre, chefe dos escribas reais da III dinastia; ora lá estava ele com sua mulher, os filhos, os criados, o boi, o burro e todos os seus outros bens. As crenças funerárias faziam supor que tais cenas lhe permitiam usufruir após a morte tudo o que tinha possuído em vida. Não faltavam também inscrições com formulas religiosas e mágicas que auxiliariam o defunto em sua longa viagem até o mundo dos mortos. Tudo isso são importantes fontes de conhecimento dos hábitos dos antigos egípcios. Em determinadas épocas tais capelas, muitas vezes de grandes dimensões, passaram a ser construídas em pedra. No serdab, compartimento quase sempre muito simples que não se comunicava com o exterior, eram colocadas não apenas estátuas do morto, mas também de seus familiares, confeccionadas em madeira pintada, em pedra calcária e, mais raramente, em granito. Também aí se colocavam, às vezes, os objetos necessários à existência material do ka.
A região de Saqqara é a que apresenta a maior concentração de mastabas, construídas principalmente no decorrer das terceira, quarta e quinta dinastias, mas algumas também podem ser encontradas em Dahshur e outras em Gizé. Nesta ultima localidade os faraós da IV dinastia mandaram construir grandes mastabas ao redor de suas pirâmides, destinadas aos oficiais de sua confiança, geralmente seus parentes próximos.



Mastabas construídas pelos faraós da IV Dinastia

Uma das mais antigas mastabas encontradas pelos arqueólogos é da época de Aha, segundo faraó da I dinastia. Seu desenho é bastante simples. Abaixo do nível do solo existe uma cova rasa retangular coberta por madeirame e dividida por paredes transversais em cinco compartimentos separados. Supõe-se que o compartimento central fosse destinado a abrigar o ataúde de madeira contendo o corpo, enquanto que os bens pessoais do morto seriam colocados nas câmaras adjacentes. Acima desses compartimentos, ao nível do solo e abrangendo uma área consideravelmente maior, Havia uma estrutura de tijolo cujo interior estava dividido em 27 cubículos destinados ao armazenamento de jarras de vinho, vasilhames com alimentos, instrumentos para caça e outros objetos do cotidiano. As paredes da estrutura inclinavam-se para dentro no sentido da base para o topo e eram formadas por painéis alternados de saliências e reentrâncias. Toda a construção era rodeada por dois muros paralelos de tijolo e tanto estes quanto aquela eram decorados com padrões geométricos coloridos pintados sobre fundo branco. A uma distância de mais ou menos 36 metros do muro norte da mastaba havia no solo uma cavidade em forma de barco revestida de tijolos. Servia para abrigar uma embarcação de madeira destinada ao uso do defunto além túmulo.
Os historiadores dizem que mastabas desse tipo eram quase certamente cópias das casas dos nobres e dos palácios reais, demonstrando assim que o túmulo era encarado como o lugar onde se acreditava que o morto habitaria. Sem dúvida a disposição dos cubículos na estrutura foi adaptada para ajustar-se às necessidades particulares da tumba, mas eles devem ter representado os vários cômodos da residência. Corredores, que teriam enfraquecido a construção, eram desnecessários, pois pensava-se que o espírito do morto podia passar livremente através de barreiras materiais.
Criados que haviam servido ao dono do túmulo eram, às vezes, enterrados em pequenas mastabas dispostas em fileiras fora dos muros que rodeavam a tumba principal, na crença de que pudessem continuar a servir a seus senhores após a morte. Eram sepultados ao mesmo tempo que seus amos, mas não vivos como se poderia supor. Muito provavelmente a morte era provocada por ingestão de veneno, aceito voluntariamente como parte dos deveres para com o patrão.
No decorrer da II e da III dinastias, a mastaba transformou-se numa massa sólida de cascalho coberta por um revestimento externo de tijolos. A capela do culto permaneceu algumas vezes dentro da estrutura e outras o lado de fora. Os compartimentos que ficavam anteriormente acima do solo, acabaram por ser transferidos para o subsolo, provavelmente para dificultar a ação dos assaltantes. O subsolo passou a conter freqüentemente uma espécie de vestíbulo central, ladeado por câmaras destinadas, em sua maioria, a armazenar objetos que antes eram colocados ao nível do solo. O acesso ao vestíbulo era feito através de uma porta aberta na base de um profundo poço vertical que se iniciava no nível do solo. Um lance de escadas ou uma rampa partia do lado norte da mastaba e atingia tal poço em um ponto vários metros acima de sua base. Era por essa rampa ou escada que o corpo e alguns pertences pessoais do morto eram transportados para a tumba. Depois que tudo havia sido colocado em seus lugares, uma porta levadiça, constituída por uma pesada laje de pedra e que ficava por meio de suportes, era baixada, encaixando-se em duas canaletas existentes nas laterais da abertura. O poço e as escadas ou rampa eram então preenchidos com areia ou com cascalho e cobertos com uma camada externa de tijolos.
Arqueólogos encontraram em Saqqara, a uma profundidade de seis metros e quarenta centímetros, uma vasta tumba subterrânea com cerca de 118 metros de comprimento. É formada por mais de 70 câmaras cavadas na rocha de cada lado de um corredor central e deve ter pertencido a um dos dois primeiros faraós da II dinastia: Hetepsekhemwy ou Reneb. Também encontraram um túmulo de estrutura semelhante pertencente a Ninetjer, terceiro faraó da II dinastia, Khasekhemwy, construiu sua mastaba em Abido e embora tenha projeto semelhante àquelas de Saqqara, tem apenas 68 metros de comprimento. Aproximadamente no centro de seu eixo principal existe uma câmara medindo cerca de 3 por 5 metros. O túmulo de Peribsen, penúltimo rei da II dinastia, foi erguido também em Abido e era formado por uma câmara retangular de cerca de 3 por 7 metros, rodeada por um corredor em cujo lado esterno existia uma série de pequenos compartimentos. Essas estruturas de Abido são feitas com tijolos de barro, com exceção da câmara central de Khasekhemwy, construída inteiramente de pedra calcária. Tanto em Saqqara quanto em Abido, nada restou da parte das estruturas que ficavam acima do solo.
No decorrer da IV dinastia, muitas mastabas passaram a ser construídas de pedra e não mais de tijolos. Mesmo nesta última, a capela do culto e as câmaras subterrâneas eram freqüentemente revestidas de pedras. Em seus subterrâneos passaram a contar com uma única câmara dotada de um profundo recuo em uma de suas paredes, destinado a receber o ataúde feito de pedra ou madeira. Dessa época é o túmulo do faraó Shepseskaf. Filho e sucessor de Miquerinos, reinou, aproximadamente, entre 2472 e 2467 a.C. e embora tenha completado o complexo piramidal que abrigava o corpo de seu pai, não construiu uma pirâmide para si próprio. Sua sepultura situa-se em Saqqara e ele a denominou de Pirâmide Purificada, sendo que hoje é conhecida pelo nome de Mastabet el-Faraum. Tem o formato de um enorme sarcófago retangular assentado sobre uma plataforma baixa, mede 100 metros de comprimento por 73,5 metros de largura e 18 metros de altura, suas paredes frontal e traseira são inclinadas para dentro num ângulo de 65º e nas laterais elas se elevam verticalmente acima do teto abobadado. Construída com a pedra comum encontrada naquele local, era revestida com pedra calcária proveniente de Tura e apresentava uma borda de granito. A leste há um pequeno templo mortuário e dele parte uma longa calçada com paredes de tijolo cru que leva ao templo do vale.



A Pirâmide Purificada mudou com o tempo.


Existe uma outra mastaba semelhante à de Shepseskaf que pertenceu a uma rainha de nome Khentkaus, provavelmente sua esposa e mãe dos primeiros faraós da V dinastia, e que foi erguida num espaço aberto entre as calçadas de Kéfren e Miquerinos. Ela também imita um grande sarcófago montado em um pódio quadrado e alto. Seu templo mortuário foi cavado na rocha que compõe o próprio pódio e é formado por três recintos apenas. Acalcada toma inicialmente o rumo leste e depois forma um ângulo reto desviando-se para o sul, terminando no templo do vale.
Durante a V e VI dinastias, a parte das mastabas que ficava acima do solo passou a ser enriquecida com várias câmaras e vestíbulos com colunas, sendo que todas as salas tinham suas paredes cobertas com relevos. Uma famosa Mastaba da VI dinastia continha mais de 30 câmaras assim decoradas. Entre as cenas mais comumente esculpidas nas paredes estavam aquelas que mostravam criados trazendo oferendas de comida e bebida para seus aos mortos, cenas de colheita, processos de manufatura, o dono da tumba inspecionando suas propriedades ou caçando, e uma larga variedade de outros episódios intimamente associados com suas ocupações durante a vida.





  Pirâmides de Gizé

Em sua forma mais comum, a pirâmide é uma pedra volumosa ou estrutura de tijolos com uma base quadrada e quatro lados triangulares se inclinando, de tal forma que, eles se encontram em um ponto no topo da estrutura.
As pirâmides foram construídas por povos diferentes no decorrer da história humana. Contudo, as pirâmides mais conhecidas são as do Egito.



Pirâmides de Gizé


No 26º século a.C., como a civilização egípcia estava alcançando seu apogeu, três reis Khufu, o seu filho Khafre, e o seu neto Menkure, ordenaram a construção de três pirâmides enormes que serviriam como tumbas. Os três reis são mais conhecidos pelos seus nomes gregos: Quéops (Khufu), Quéfren (Khafre) e Miquerinos (Menkure).




Miquerinos e sua mulher





A pirâmide real de Khufu descansa em uma base de 5,3 hectares, cada lateral mede 230 metros e a estrutura total atinge 143 metros de altura. A pirâmide de Khafre é três metros mais baixa que a tumba do pai.
Três pirâmides pequenas construídas para as rainhas de Khufu estavam próximas a pirâmide dele. Também perto estão vários templos e tumbas retangulares construídas para outros parentes e cortesões.
Para a construção, eles escolheram um local no lado Ocidental do Rio Nilo porque eles acreditavam que a casa dos mortos estava no pôr-do-sol. As câmaras aonde seriam colocados os faraós, estavam debaixo dos centros exatos das pirâmides.
O historiador grego Herótodo, escrevendo 2400 anos atrás, calculou que 100000 homens trabalharam durante 20 anos para completa construção da Grande Pirâmide. Também é calculado que foram usados 2,3milhões de blocos de pedra para construí-la, cada qual pesando 2,5 toneladas.



Esquema interno da pirâmide de Khufu


As mais recentes teorias acerca da construção das pirâmides, asseguram que os blocos eram cortados nas pedreiras de calcário que existiam próximas de Gizé. Outra teoria sugere que os blocos foram construídos no local, usando moldes de madeira.
Muitas autoridades acreditam que os blocos foram levados para cima numa rampa circular construída ao redor da pirâmide.


  Esfinge de Gizé

A Esfinge de Gizé é um símbolo que representou a essência do Egito Antigo por milhares de anos.
Embora comum Esfinge é uma palavra grega, e não foi usada originalmente pelos egípcios; por volta de 1550 a.C., era conhecida como Hor-em-akht, "Hórus na Horizontal" ou Bw-Hol, "Lugar de Hórus".
Esculpia nas rochas do planalto de Gizé, a Esfinge é uma misteriosa maravilha dos períodos áureos do Egito Antigo. Ela é composta de quatro partes: o peito e as patas são de um leão (Signo de Leão-Fogo), o corpo de um touro (Signo Touro-Terra), as asas de uma águia (Signo de Escorpião-Água) e a cabeça de um humano (Signo Gêmeos/Aquário-Ar).
A cabeça é pequena em proporção ao corpo, devido ao terreno variável do deserto, assim sendo, o corpo da Esfinge foi enterrado durante os últimos mil anos. Recentemente, em 1905, a areia foi tirada para expor a magnitude e a beleza da totalidade da Esfinge. As patas possuem 15metros de comprimento, enquanto o comprimento inteiro da esfinge é de 45 metros. A cabeça possui 10 metros de altura e 4 metros de largura.




A areia do deserto
esconde maravilhas


Como as camadas de pedra que revestem a Esfinge são mais macias que as outras, há um alto grau de erosão que tirou o detalhe original d figura esculpida.



Esfinge, um monumento
castigado pelo tempo



Acredita-se que o construtor da Esfinge seja Khafre (Quéfren, 2555-2532 a.C.), filho de Khufu (Quéops), o construtor da Grande Pirâmide. Contudo, não há nenhuma inscrição na Esfinge que identifique seu construtor; é estranho que um faraó construa um monumento desse porte e não coloque nele seu nome para a posteridade.
Outro mistério da Esfinge está em pesquisas recentes que sugerem erosão da água em seu corpo, ao contrário dos outros monumentos existentes em Gizé; o vento e a areia do deserto provocam marcas horizontais de erosão e, na Esfinge, foram encontradas marcas erosivas verticais, típicas daquelas provocadas pela água. O interessante é que as tais marcas de erosão só foram encontradas na Esfinge.
Em 1989, um egiptologista americano propôs que as três Grandes Pirâmides e sua posição relativa ao Nilo, criaram um holograma terrestre das três estrelas do Cinturão de Órion.

 

Pirâmides de Gizé Cinturão de Órion



O Cinturão de Órion (Osíris) enquadrou-se no padrão mostrado na imagem acima no período de 10500 a.C. Logo, as Pirâmides de Gizé e a Esfinge podem ser mais velhas do que o imaginado.
Exatamente em 10500 a.C., ascendia ao céu a Constelação de Leão; em outras palavras, a Esfinge (parte leão) foi feita para olhar a sua própria imagem no horizonte; portanto, a Esfinge marcou a transição da Era de Virgem para a Era de Leão – exatamente os signos opostos à transição atual Era de Peixes e Era de Aquário.
Assim como na transição Virgem/Leão, a Terra e o Sol estarão alinhados com o centro da Via Láctea em algum momento neste final de século, exatamente quando acontece a transição Peixes/Aquário. O plano equatorial da Terra, conhecido como eclíptico, se alinha com a eclíptica do sol, alo mesmo tempo em que ambos se alinham com a eclíptica do núcleo galáctico. Este alinhamento ocorre somente quatro vezes durante a precessão dos equinócios. A última configuração similar deste vindouro alinhamento correspondeu por volta de 10500 a.C. Logo, muitos acreditam que a Esfinge seria um alerta para as mudanças que estão por vir, similares àquelas produzidas com a destruição de Atlântida, no limitar da transição Virgem/Leão.


Embora a cabeça da Esfinge esteja danificada em alguns lugares, ainda podem ser vistos rastros da pintura original próxima de uma das orelhas, Acredita-se que, originalmente, a Esfinge era pintada com um colorido muito marcante.
O nariz e a barba foram quebrados pelos turcos durante exercícios de tiro ao alvo, no período em que dominavam o Egito. Erroneamente, atribuiu-se tal fato aos soldados de Napoleão mas desenhos, feitos no período pré-napoleônico, revelaram que o nariz já estava perdido muito tempo da chegada dos franceses.
Recentemente, a Esfinge sofreu uma restauração, o que necessitou um esforço muito grande do povo egípcio.
Entre as patas da Esfinge está uma inscrição que conta uma história. Durante a 18a Dinastia, Thutmosis IV dormiu debaixo da Esfinge que estava coberta até ao pescoço com areia. Thutmosis teve um sonho aonde a Esfinge prometeu, se ele a livrasse da areia, o trono do Egito; o que acabou realmente acontecendo.




Na verdade, a Esfinge sempre esteve envolta por mistérios e enigmas. Uma profecia famosa de Edgard Cayce relata
"… existe uma câmara debaixo da pata direita da Esfinge de Gizé, que conduz à entrada de uma tumba dos Arquivos. Não se pode acessar estes Arquivos sem discernimento, já que, aqueles que foram escolhidos como guardiões não permitirão a entrada até que se tenha transcorrido um prazo de regeneração na montanha ou que se tenha iniciado a Quinta Raça Raiz."





Bibliografia Básica



· www.pesquisando.edu.com.br

· www.geocites.com

· horus.kit.net

· www.khemi.hpg.com.br

· Simielli, Maria Elena Ramos, Geoatlas. Editora Ática, 2000

· www.egito.net

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